Trabalhadores ocupam ruas e redes contra alta dos juros e pressionam reunião do Copom

Foto: CUT

Desde as primeiras horas da manhã, várias postagens no Twitter começaram a hashtag #JurosBaixosJá

[Com informações da CUT e da Rede Brasil Atual]

A CUT, as demais centrais sindicais e movimentos populares estão ocupando as ruas e as redes nesta terça-feira (21), para exigir a queda da taxa básica de juros (Selic) praticada pelo Banco Central (BC), que atualmente está em 13,75% ao ano.

Os atos também reivindicam a democratização do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF), órgão que julga processos administrativos de grandes devedores e, em geral, beneficia as empresas sonegadoras porque a maioria dos conselheiros é empresário.

Saiba o que é CARF, o que você tem a ver com isso e por que o conselho precisa mudar

Os protestos ocorrem paralelamente ao início da 253ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deverá se posicionar até amanhã (22) sobre se mantém ou altera a taxa de juros.  Além dos trabalhadores, o BC sofre pressão do  próprio governo e do setor produtivo, que criticam fortemente a atual taxa de 13,75%, a maior dos seis anos.

“Não há nada que justifique 8% de juros reais acima da inflação quando não há demanda explodindo e quando o mundo inteiro tem praticamente juros negativos”, afirmou ontem (20), durante seminário, o vice-presidente, Geraldo Alckmin. Ele também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No mesmo evento, organizado pelo BNDES, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, chamou as taxas de juros de “pornográficas”. E até o professor Joseph Stiglitz, Nobel de Economia, falou em “pena de morte” ao se referir ao juros praticados no Brasil pelo Copom. Representantes das montadoras também já fizeram reclamações públicas.

De agosto para cá, a inflação (IPCA) anualizada caiu três pontos percentuais, de 8,73% para 5,60%. Ou seja, em poucos meses a diferença entre juros e inflação subiu de 4,6% para 7,7%. A autoridade monetária aponta riscos, internos e externos, para a inflação brasileira. Mas o governo não tem engolido a argumentação.

Leia também: Lula diz que taxa de juros de 13,75% é uma irresponsabilidade do Banco Central

Desde as primeiras horas da manhã, há manifestações nas ruas e nas redes sociais, principalmente no Twitter, com a hashtag #JurosBaixosJá.

Confira algumas postagens:

Em São Paulo (SP), dirigentes da CUT e demais centrais e de movimentos populares tomaram uma faixa na Avenida Paulista no ato contra a alta taxa de juros.

Também em São Paulo, Juliano Medeiros, presidente do PSOL, apoiou a luta das trabalhadoras e dos trabalhadores pelos juros baixos, pela democratização do CARF e pelo ‘fora, Campos Neto’.

Em Fortaleza (CE), os trabalhadores ocuparam as ruas desde cedo pedindo #JurosBaixosJá por um melhor desenvolvimento do Brasil.

Confira mais imagens do ato em Fortaleza.

Juros altos significa mais dinheiro para quem já tem muito dinheiro, #JurosBaixosJá é o tema central dos atos, que pede também a saída do presidente do BC, Campos Neto.

O Brasil sofre com os altos juros e inflação, fruto da gastança desenfreada do governo anterior que só beneficiava os milionários.

Entre na luta pela redução de juros e pela saída do atual presidente do Banco Central Campos Neto, que ainda segue a cartilha econômica de Bolsonaro, a da fome.

Com juros altos, o povo perde porque menos empregos são gerados, o crédito, seja para comprar um celular, uma geladeira, um carro ou abrir o seu próprio – e pequeno – e o negócio fica muito mais caro, praticamente inviável.

Em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, dirigtentes do do Sindicato dos Bancários de Campos e Região dialogam com a população sobre os prejuizos que a alta de juros causam ao país e ao povo.

Reprodução

Em Salvador (BA), o ato foi em frente ao Centro Administrativo da Bahia (CAB).

Em Recife (PE), começou a concentração do ato por juros baixos, democratização do CARF e pela saída de Campos Neto, o presidente do BC.

O presidente da CUT-PE, Paulo Rocha, falou sobre a importância da luta pela queda dos juros e sobre como o sistema financeiro explora os trabalhadores.

Em Belém (PA), já começou a concentração do ato contra a política monetária do presidente do BC, Campos Neto.

Contra a política econômica do presidente do Banco Central, Campos Neto, alinhada com o governo anterior, o povo paraense (@CutPara) foi as ruas por #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto pic.twitter.com/4SBjHfWfy6

— CUT Brasil (@CUT_Brasil) March 21, 2023

A Secretária-Geral da CUT Pará, Vera Paoloni, reforça a luta por juros baixos já! Com a política econômica atual o Brasil perde investimentos.