Trabalhadores ocupam ruas de Curitiba a favor da redução da jornada sem redução de salários

Mais de dois mil trabalhadores ligados à CUT e demais centrais sindicais, movimentos…

CUT/PR

Mais de dois mil trabalhadores ligados à CUT e demais centrais sindicais, movimentos sociais e populares participaram durante toda a manhã desta sexta-feira [14], em Curitiba, da manifestação da Jornada Nacional Unificada de Lutas. As principais reivindicações foram pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional [PEC] 231/95, de autoria do então deputado federal, hoje senador, Inácio Arruda [PCdoB-CE], que prevê a redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas, sem diminuição de salários; a defesa dos direitos sociais e não às demissões motivadas pela crise financeira internacional.

Conforme haviam anunciado no começo da semana, os trabalhadores pararam ruas do centro da capital. O protesto começou às 08h00, com concentração na Praça Santos Andrade, aonde ocorreram discursos e apresentações culturais. Uma hora mais tarde, os manifestantes saíram em caminhada até a sede estadual da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e se solidarizaram com os carteiros que iniciaram hoje a campanha salarial. Lá, também se posicionaram contra as tentativas de privatização dos serviços postais.

Em seguida, continuaram a passeata pelas ruas centrais em direção à Boca Maldita, tradicional local de protestos de Curitiba. No meio do trajeto, paralisaram por alguns minutos o cruzamento das ruas Marechal Floriano Peixoto e Marechal Deodoro, um dos pontos de maior movimentação na cidade.

O último protesto aconteceu por volta do meio dia, com realização de um grande ato político-cultural. Lideranças das centrais sindicais e dos movimentos sociais fizeram discursos inflamados contra a crise e suas consequências.

O presidente estadual da CUT, Roni Barbosa, avaliou como positiva a Jornada em Curitiba. “Conseguimos mobilizar milhares de trabalhadores e paramos ruas do centro. Também apoiamos as categorias dos bancários e dos trabalhadores dos Correios, que iniciaram suas campanhas salariais. Tudo isso demonstrou a unidade dos trabalhadores, das centrais sindicais e dos movimentos sociais. Deixamos bem claro que a classe trabalhadora não vai pagar pela crise. O desafio agora é continuar com essa mobilização nacional para vencer o debate e aprovar a PEC da redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, e também garantir a manutenção dos empregos e dos direitos sociais nesse momento de crise”, afirmou.

Membro da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra [MST], Roberto Baggio considerou o protesto como uma vitória. “Reunimos todas as forças populares e mostramos que a esquerda está fortalecida na sociedade brasileira. Foi um dia de luta e de protestos contra a burguesia e o capitalismo, que nada mais é que a sociedade da exploração, e esse modelo não serve para nós trabalhadores”, apontou.

Para Gustavo ‘Red’ Erwin, da Coordenação dos Movimentos Sociais [CMS], a Jornada Unificada de Lutas foi fortalecida. “Hoje demos um salto de qualidade e quantidade quando comparamos com a última manifestação similar, que aconteceu em 30 de março. Mostramos que é possível superar as divergências e seguir com nosso projeto popular, anticapitalista e antiimperialista. Vamos continuar juntos, até a vitória”, comemorou.

A Jornada Nacional Unificada de Lutas também mobilizou milhares de trabalhadores e militantes sociais em 12 capitais do país.