A categoria petroleira de Minas Gerais se reuniu nesta quinta-feira, dia 18, na portaria da Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Betim, para alertar a população e articular a luta contra a venda das refinarias e o aumento abusivo dos preços dos combustíveis.
O ato faz parte de uma mobilização nacional nas principais unidades operacionais do Sistema Petrobrás, em dia nacional de luta convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).
O movimento nacional foi impulsionado pelo avanço nas negociações em torno da venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia. Em protesto contra as consequências da privatização para os trabalhadores e para a sociedade, petroleiros da Bahia iniciam nesta quinta-feira, 18, greve por tempo indeterminado.
De acordo com o coordenador do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG), Alexandre Finamori, a venda da RLAM vai aumentar ainda mais os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha, além do risco de desabastecimento.
“É a primeira refinaria da Petrobrás, uma das maiores e que deu mais lucro durante a pandemia por causa do óleo para navio. Se vender com facilidade uma refinaria que tem histórico de luta como a da Bahia, o que vai acontecer quando [a privatização] chegar às outras?”, questiona o petroleiro.
O ato contou com a participação de outros sindicatos e movimentos sociais, como Sind-UTE/MG, Sintect-MG, Sindieletro-MG, CUT, MST, MAB, MTD, MLC e CSP-Conlutas, além da vereadora de Contagem, Moara Saboia (PT).
Preços abusivos
O atual governo adota como política de preços o Preço de Paridade de Importação (PPI). Essa política determina que o valor dos derivados do petróleo varie conforme o mercado internacional e a cotação do dólar. Assim, os combustíveis sofrem reajustes mais frequentes e abusivos.
Além do PPI, a atual gestão da Petrobrás reduziu a produção nas refinarias próprias da empresa e anunciou a venda de oito unidades. Tudo isso faz parte da política de sucateamento da Petrobrás com o objetivo de vender seus ativos.
Venda a preço de banana
A RLAM está sendo vendida ao Fundo Mubadala por US$ 1,65 bilhão. De acordo com o Ineep, a refinaria valeria entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. Ou seja, a RLAM está sendo vendida pela metade de seu real valor.
Junto com a RLAM estão sendo entregues 669 quilômetros de oleodutos e os terminais Madre de Deus, Candeias, Jequié e Itabuna.
Na contramão de grandes petrolíferas, o Governo Bolsonaro e a gestão da Petrobrás abrem espaço e incentivam a criação de um oligopólio nacional e monopólios regionais privados e sem competitividade.
[Da imprensa do Sindipetro MG]