Trabalhadores franceses resistem contra reformas da direita e marcam novos protestos

Apesar da oposição popular e de manifestações de milhões de trabalhadores e estudantes, a reforma das aposentadorias foi aprovada nesta sexta-feira (22)





Com informações das agências internacionais e do Vermelho

Os trabalhadores franceses realizarão mais dois dias de greve geral contra a reforma na lei das aposentadorias na França. Os protestos foram marcados para 28 de outubro e 6 de novembro e convocados pelos  principais sindicatos do país. Os trabalhadores lutam contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Nicolas Sarkozy.

Apesar da oposição popular e de manifestações de milhões de trabalhadores e estudantes, a reforma das aposentadorias foi aprovada nesta sexta-feira (22) pelo Senado francês, que foi pressionado pela administração Sarkozy a votar o mais rápido possível a mudança na legislação.

A lei aumenta a idade mínima para aposentadoria de 60 para 62 anos a partir de 2018 e gerou uma série de protestos e confrontos em todo o país nas últimas semanas. Nas últimas semanas quase 15 milhões de franceses saíram as ruas para protestar contra a lei em gigantescas manifestações. Foram seis levantes populares e uma greve geral que paralisou grande parte da atividade econômica e dos serviços públicos.

Conforme os organizadores, mais de 3,5 milhões de pessoas participaram na manifestação do dia 15, das quais 330 mil em Paris. As grandes universidades aderiram ao protesto assim como os estudantes de mais de 1.200 escolas. As refinarias não funcionam e a falta de combustível afetou até os aeroportos internacionais do país.

O movimento conta com a simpatia da maioria da população e é o maior protesto feito na França nas últimas décadas. Os franceses afirmam que a reforma de Sarkozy é uma grave ameaça não apenas à segurança social, mas aos direitos conquistados pelos trabalhadores em séculos de lutas.

Embora o governo tenha a maioria no Senado, a reforma previdenciária foi aprovada por 177 votos contra 153. O projeto agora será reescrito por uma comissão parlamentar, que o encaminhará ao Conselho Constitucional, a autoridade legal suprema da França.