Trabalhadores e militantes sociais concluem curso de especialização em energia na UFRJ

Curso é parceria entre o MAB e a UFRJ, com participação da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia

O curso de especialização “Energia e Sociedade no capitalismo contemporâneo”, realizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com diversas organizações e movimentos populares, concluiu as atividades da sua 4ª turma, batizada de “Nilce de Souza Magalhães”, em homenagem à militante mais conhecida como Nicinha, assassinada em 2015 por lutar pelos direitos da população atingida pela Usina Hidrelétrica Jirau, em Rondônia. Nesta sexta-feira (2), 42 estudantes se formaram em cerimônia realizada na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ.

O professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR), da UFRJ, ressalta a importância do curso. “É uma maneira da Universidade Federal do Rio de Janeiro pagar uma parte da dívida social e política que tem com o povo brasileiro e com os movimentos populares. Vamos continuar nessa direção, criando e ampliando os espaços para o povo e os militantes populares dentro da universidade”, assegura.

O curso, que surgiu em 2008 formou 211 pessoas, tem como objetivo capacitar militantes, trabalhadores e trabalhadoras para a temática de energia, ofertando conhecimento técnico e científico na defesa de seus direitos, além de propiciar, durante as quatro etapas realizadas, uma intensa troca de experiências e avançar na construção da unidade entre movimentos do campo e da cidade.

Essa 4ª turma iniciou seus estudos em junho de 2016, no começo do governo interino do golpista Michel Temer, que teve como primeiras medidas o desmonte do patrimônio brasileiro e o anúncio da entrega do setor elétrico nacional. Isso contribuiu para unir os diversos representantes de movimentos e categorias trabalhistas num debate sobre a energia enquanto um direito e intensificar a luta em defesa do patrimônio público.

O militante da Consulta Popular de Minas Gerais, Jonathan Hassen, exaltou os subsídios construídos ao longo dos dois anos de formação. “No fim desse processo estamos retornando às nossas cidades, aos nossos territórios e às entidades que atuamos munidos de muito mais ferramentas para a nossa luta cotidiana. Esses dois anos foram um importante processo de formação política e tenho certeza que a partir desse trabalho colheremos muitos frutos no futuro”, afirma.

São 42 militantes de diversas organizações do Brasil, da América Latina e da Europa que se formam na turma, entre eles a Via Campesina, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Levante Popular da Juventude, Consulta Popular, Federação Única dos Petroleiros, Sindicato dos Urbanitários do Piauí e de Alagoas, Sindicato dos Eletricitários do Ceará e Movimento de Afectados por Represas en Defensa de los Rios (MAPDER).

[Via MAB]