Trabalhadores dos Correios seguem firme na greve, apesar do TST

Com informações da Agência Brasil

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) estipulou na quarta-feira (19) que 40% dos trabalhadores em agências dos Correios devem manter atividades durante a greve. Caso a determinação seja descumprida, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) será multada. As partes têm até o meio-dia da segunda (24) para se manifestarem sobre o andamento das negociações. Caso não haja retorno, o dissídio será encaminhado à ministra do TST Kátia Arruda.

A decisão será publicada no Diário Oficial da Justiça de quinta-feira (20). A federação manifestou insatisfação em relação à decisão da ministra Maria Cristina Peduzzi, que conduziu a audiência de conciliação entre as partes, que acabou sem acordo. Segundo Maria Cristina, foi considerada a proximidade do período eleitoral e a necessidade de manutenção dos serviços.

De acordo com a Fentect, a maioria aderiu à paralisação, o equivalente a 117 mil dos 120 mil empregados. Dos 35 sindicatos filiados à federação, 25 estão parados. Os demais fazem assembleia até a próxima semana para definir se aderem à paralisação.

Audiência

Na audiência de conciliação, a ministra Cristina Peduzzi propôs reajuste salarial de 5,2%, aumento linear de R$ 80, pagamento de bonificação no final de ano em parcela única de R$ 575 e a negociação conjunta das demais questões reivindicadas pelos trabalhadores.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) rejeitou o aumento linear de R$ 80, argumentando impacto de cerca de R$ 950 milhões.

A Fentect afirma que a empresa não repassa os lucros aos trabalhadores e pede reajuste de 43% (33% de reposição e 10% de aumento), aumento linear de R$ 200, benefícios, esclarecimentos sobre possíveis mudanças no plano de saúde empresarial, pagamento de bonificação no final de ano e melhorias das condições de trabalho. Funcionários relataram à Agência Brasil que em muitos locais faltam protetor solar, bicicletas, uniformes, cadeiras e carimbos. Atualmente, a base salarial dos trabalhadores dos Correios é aproximadamente R$ 943.