Trabalhadores dos Correios podem deflagrar greve na próxima semana

CUT

Escrito por William Pedreira

Repetindo os mesmos erros do ano passado, quando a postura intransigente e a inabilidade da direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) levaram os trabalhadores dos Correios a uma greve nacional de 28 dias, neste ano o cenário caminha para o mesmo desfecho, com o governo apostando no acirramento do movimento.

A Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos), que representa 80 mil de trabalhadores, apresentou à direção da empresa ainda na segunda quinzena de julho a pauta de reivindicações da categoria. Nela, estão incluídos alguns itens como 43,7% de reajuste salarial, fim das terceirizações, contratação imediata de 30 mil trabalhadores, fim da sobrecarga de trabalho, não à privatização dos Correios.

Passados quase dois meses e cinco reuniões, a ECT manteve a proposta irrisória de 3% de reajuste salarial e para todos os outros benefícios, sustentando a postura inflexível no processo negocial. “Até o momento, os Correios não demonstraram interesse em negociar e não apresentaram uma contraposta que contemple todos os anseios da categoria”, informou José Rivaldo da Silva, secretário de Administração e Finanças da Fentect.

Os trabalhadores aguardarão uma contrapoposta até o dia 10 de setembro que, se apresentada, deverá ser avaliada pela categoria em assembleias por todo o Brasil. O dirigente alerta que caso a postura intrasigente da direção dos Correios seja mantida uma greve nacional será deflagrada a partir do dia 11 de setembro.

“Estamos lutando pela manutenção dos Correios público e de qualidade, que só será possível com melhores salários e condições de trabalho. Devemos intensificar a mobilização para que a ECT negocie de verdade o Acordo Coletivo, respeitando as reivindicações da categoria”, declarou Rivaldo.