Rede Brasil Atual
A paralisação dos trabalhadores dos Correios contra alterações no plano de saúde segue por tempo indeterminado. Segundo a Fentect, federação nacional que representa 29 sindicatos da categoria, a greve tem adesão de trabalhadores da área operacional (carteiros) e ocorre, parcialmente, na Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Amazonas, Campinas, Vale do Paraíba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Minas Gerais. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) contesta os dados dos sindicalistas.
Em nota, a ECT afirma que "os Correios em todo o Brasil estão funcionando normalmente com 95,35% do efetivo total da empresa trabalhando, o que corresponde a 119.591 empregados. Nas localidades onde há paralisação, os Correios implantaram plano de contingência e estão garantindo o funcionamento normal das atividades".
A greve foi decretada porque, segundo a Fentect, a empresa descumpriu decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em julgamento de dissídio coletivo realizado em outubro de 2013, sobre a manutenção do plano Correios Saúde. "Há dois anos o TST diz que o Correios deve ser gestora do plano de saúde, no ano passado repetiu a afirmação e ainda completou avisando que para qualquer mudança a empresa deveria se reunir previamente com os trabalhadores, o que não aconteceu", diz o secretário de Imprensa e Comunicação da Fentect, James Magalhães.
Segundo os sindicalistas, no dia 1º os trabalhadores foram comunicados oficialmente da mudança do plano para o Postal Saúde. Com o Correios Saúde, todos os trabalhadores, independentemente do cargo, têm o mesmo tipo de cobertura no plano e não pagam mensalidade, mas um pagamento compartilhado – que varia de 10% a 20%, dependendo do salário – somente quando utilizam o convênio. A Fentect afirma que, com a alteração para o Postal Saúde, os trabalhadores passarão a pagar uma mensalidade para utilização do convênio médico, o que, na visão da entidade, acabaria com o princípio de isonomia.
Os Correios afirmam que a Postal Saúde não é um plano de saúde. "É uma caixa de assistência, patrocinada e mantida pelos Correios. Desde o início de janeiro, o plano Correios Saúde, que atende os empregados da ECT e seus dependentes, passou a ser operado pela Postal Saúde, com política e diretrizes definidas pela ECT". A empresa diz que "não haverá nenhuma alteração no atual plano de saúde dos trabalhadores".
“Os Correios estão abrindo mão da sua responsabilidade social, não estão vendo a saúde do trabalhador como investimento, mas como despesa. Entramos com ação e esperamos que o TST se pronuncie”, afirma Magalhães.