Sindipetro BA
A greve por tempo indeterminado, motivada por falta de segurança nas unidades da Petrobrás, na UO-BA começou na quinta (3\10), teve a adesão da maioria dos operadores da estatal e dos terceirizados e avançou no fim de semana nas estações de Socorro, Marapé, Dom João, Parque São Paulo, Pedra Branca, Pitinga e Palmeiras. No sábado, A paralisação chegou a Taquipe.
Os tanques das estações Socorro, Marapé e Dom João ficaram cheios e não receberam mais petróleo dos poços dos campos situados nos municípios de Candeias e São Francisco do Conde.
Os trabalhadores conseguiram, assim, paralisar a produção, estocagem e transporte do produto.
A greve começou com o corte na troca do pessoal de turno – operadores e vigilantes da Petrobras e de empresas terceirizadas – às 20h, enquanto a suspensão do carregamento e transporte de petróleo por carreta nas estações de Socorro, Marapé e Dom Joao teve início às 21h e a paralisação da produção às 23h.
Em todas essas estações o transporte do petróleo para a Rlam foi interrompido desde quinta (5).
Sob a direção dos diretores André Araújo, Gilson Sampaio, Agnaldo Cosme, Agnaldo dos Anjos, Valter Paixão, Roque Sotero, Radiovaldo Costa, Climério Chaves, o diretor da CNQ, Gildásio Ribeiro e dezenas de militantes, entre estes Santiago, o Coordenador Geral Paulo César acompanhou a parada da produção dos campos e a interdição do transporte do petróleo para a Rlam. Nenhuma das carretas da Cheim entraram nas estações para carregar.
Na Planta de Gasolina de Candeias, a UPGN Sul, onde se encontra a Estação Vandemir Ferreira – EVF, que recebe todo o gás natural do campo de Manati, a Petrobrás redobrou o esforço para evitar o piquete, usando helicópteros para o transporte de técnicos “fura-greve” e levar quentinhas.
Estimativa feita por profissionais que trabalham nas áreas indicam uma produção total dos poços em 690 metros cúbicos – Socorro, 220, Marapé, 240 e Dom João 230 – e com a produção suspensa por não haver como armazenar o petróleo produzido, a Petrobrás passou a registrar um prejuízo diário em torno de 60 mil dólares, com base na cotação do barril no mercado mundial. O armazenamento foi mantido na estação de Palmeiras, produção de 98 m3, e Pedra Branca, 55 m3, devido à grande capacidade dos tanques.
Segundo o Coordenador Geral do Sindipetro Bahia, Paulo César Martin, a iniciativa da empresa de usar helicóptero foi uma temeridade e feita com riscos, além da demonstração equivocada de lidar com a reivindicação dos trabalhadores, que estão cobrando, tão somente, que a gerência da UO-BA cumpra sua responsabilidade e garanta a segurança nos locais de trabalho.
A gerência geral da Petrobrás preferiu gastar R$ 5.000,00 em cada viagem de helicóptero, para transportar quentinhas, do que investir na melhoraria da segurança nas estações e evitar a onda assaltos e roubos. Segundo Paulo César, essa é a lógica do capital, que usa todos os recursos para derrotar a vontade dos trabalhadores expressa nas assembleias e cumprida pela direção do Sindipetro Bahia desde a última quinta (3\10).
PRODUÇÃO DIÁRIA
A estação de Socorro produz 220 m3; a de Marapé, 240 m3; Dom João, 230 m3; Palmeiras, 98 m3; Pedra Branca, 55 m3 e Pitinga, que somente produz gás que vem dos poços, associado ao petróleo e é comprimido e reinjetado, com maior pressão nos mesmos poços para manter ou melhorar a produção. A estação do Parque São Paulo recebe a produção de outras estações, trata o petróleo e o envia para a Rlam.
Os campos ficam nos municípios de Candeias, São Francisco do Conde, Madre de Deus e São Sebastião do Passé, áreas da UO-BA.
INSEGURANÇA
A direção do Sindipetro Bahia e os operadores das cinco turmas das estações decidiram pela paralisação em razão da insegurança nos locais de trabalho, onde ocorrem assaltos e roubos todos os dias, e pela omissão da gerência da UO-BA, que advertida várias vezes jamais adotou qualquer providência.
Na última semana de setembro, bandidos invadiram e saquearam trabalhadores nas estações de Socorro e São Paulinho, baleando um supervisor da empresa MAP e ameaçando matar operadores e vigilantes. Nas ações, os bandidos já leram 42 armas, centenas de munições e coletes, além dos objetos dos trabalhadores, como relógios, celulares, rádios, pulseiras, etc.