Trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro fazem intercâmbio com metalúrgicos da CUT

CNM-CUT

A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) recebeu nesta quinta-feira (10) a visita de uma delegação de 14 trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Eles fazem parte das nove Comissões de Trabalhadores do Complexo, que representam cerca de 28 mil operários de 150 empresas do setor da construção civil que lá atuam. O Comperj fica no município de Itaboraí.

A delegação estava acompanhada do secretário de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Madeira (Conticom-CUT), Marcos Hartung. Antes da visita à CNM/CUT – onde foram recebidos pelo presidente, Paulo Cayres, e pelo secretário geral e de Relações Internacionais, João Cayres –, os trabalhadores estiveram na fábrica da Mercedes-Benz, também em São Bernardo, para conhecer de perto o modelo de organização sindical no chão da fábrica.

Para Rômulo de Paula Vieira, membro de uma das Comissões, este intercâmbio é muito importante para que a organização dos metalúrgicos do ABC possa servir de exemplo para os trabalhadores do Comperj. “É fundamental conhecer a história e a trajetória da luta dos metalúrgicos para guiar nossas ações”, disse.

Segundo ele, o maior desafio das Comissões – que têm, no total, 29 membros – é unificar os trabalhadores para lutar por respeito, salários decentes e condições dignas e seguras de trabalho.

Todas as empresas que atuam no Complexo são terceirizadas e já há muitos casos de quarteirização. “Aí, as dificuldades são maiores ainda. Há inúmeros exemplos de má administração nessas empresas e a conta sempre sobra para o trabalhador, que fica sem salário e sem qualquer direito”, lembrou Marcos Hartung, destacando que a situação pode piorar caso o PL 4.330 (que permite a terceirização total) seja aprovado no Legislativo Federal.

O dirigente da Conticom reforçou a importância do intercâmbio com os metalúrgicos cutistas: “Neste momento em que as entidades cutistas estão se organizando em macrossetores, esta troca de experiência é fundamental para que seja possível conhecer a realidade e as experiências organizativas das diversas categorias”.

O presidente da CNM/CUT também destacou a importância de iniciativas como essa para fortalecer o Macrossetor da Indústria da CUT, que é integrado por metalúrgicos, químicos, trabalhadores na construção civil, no vestuário e na alimentação. “As experiências e as lutas de cada categoria são exemplos para outras. E, por meio do Macrossetor, é possível unificar ações e reivindicações, com companheirismo e solidariedade. Vale lembrar que foi com a unidade dos trabalhadores que nós fundamos a CUT há 30 anos, que conseguimos resgatar a democracia e conseguimos eleger o presidente da República, que levou o país ao desenvolvimento com inclusão social”, assinalou Paulão.

O secretário geral da CNM/CUT – depois de apresentar a estrutura da entidade à delegação – colocou a entidade à disposição das Comissões do Comperj para atividades formativas e apoio às lutas dos trabalhadores do Complexo.