Sindipetro NF
Trabalhadores que denunciaram prática de gestor de não permitir registros de acidentes e mal súbitos na emergência não são aproveitados pela empresa Manserv após o fim do contrato — como é comum na região. Sindicato se reuniu com trabalhadores e cipistas da base para discutir a situação. NF quer também reunião com a gerência geral do Compartilhado
Petroleiros que atuaram na Manserv, que teve seu contrato com a Petrobrás encerrado em 22 de junho, e cipistas da base de Imboassica, em Macaé, relataram ao Sindipetro-NF a existência de uma prática de coação do gestor da base Baserv, Cristóvão Tavares, da Petrobrás, para que registros por meio de ligação para a linha de emergência 8800 não sejam feitos. Diretores do sindicato se reuniram na sede da entidade com cipistas, incluindo o presidente e o vice presidente da comissão, e ex-trabalhadores da Manserv, na quinta, 19, para discutir o caso. A entidade também protocolou ofício solicitando reunião com o gerente geral do Compartilhado da Petrobrás, José Eduardo Carramenha, tendo o assunto como pauta.
E-mails trocados entre trabalhadores da Manserv e um cipista documentam a insatisfação dos profissionais em relação às orientações que recebiam para que casos de acidentes ou mal súbito não fossem informados à emergência. Em pelo menos duas ocasiões recentes os trabalhadores deixaram de fazer a ligação para o 8800. Em 25 de maio, um princípio de incêndio em uma luminária foi debelado pela ação dos brigadistas e o caso não foi informado à emergência. Exaltado, o gestor da base criticou os trabalhadores pelas ações tomadas para combater o fogo, como se tivessem sido exageradas.
Na reunião com a gerência da Petrobrás responsável pela base, no dia 25 de junho, uma técnica de segurança acabou por minimizar denúncias que havia feito por e-mail. Na mesma ocasião, um cipista foi tratado com sarcasmo por um gestor da base. Além disso, trabalhadores da Manserv que fizeram os questionamentos sobre as atitudes do mesmo gestor não foram aproveitados em um novo contrato com a Petrobrás — o que não é obrigatório, mas é uma prática comum na região.
O sindicato considera gravíssimas as denúncias, e quer saber da gerência geral do Compartilhado quais serão as providências para apurar devidamente os fatos e, se necessário, punir o gestor da base. A entidade também se preocupa com a empregabilidade dos trabalhadores que denunciaram o caso, que temem não conseguir retornar para empresas que prestam serviços à Petrobrás. O sindicato quer ainda que seja apurado se este tipo de assédio se mantém na Baserv. Até o fechamento desta edição, a gerência da Petrobrás não havia respondido ao ofício da entidade que solicita reunião para tratar do caso.