CUT-MG
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais e seus sindicatos de base, a CSP Conlutas, a CTB e os movimentos sociais, entre eles o MST, o MAB, MLB e o MLC, se uniram nesta terça-feira (14), Dia Nacional de Luta, e protestaram na Praça Milton Campos, em Belo Horizonte, contra 11ª rodada de licitações de blocos para a exploração de petróleo e gás natural e a privatização de barragens e contra o pedido de adiamento do julgamento do fazendeiro Adriano Chafik, acusado de comandar o ataque ao acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, quando cinco sem terra morreram.
As centrais e os movimentos sociais também se solidarizaram com o movimento dos servidores e servidoras municipais de Belo Horizonte, em greve desde o dia 30 de abril. Os trabalhadores e trabalhadoras da prefeitura da capital mineira decidiram pela continuidade da paralisação, em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, na Praça da Estação. Por volta de meio-dia, servidores e servidoras, centrais e movimentos sociais realizaram ato conjunto em frente à sede da prefeitura.
A presidenta da CUT/MG, Beatriz Cerqueira, que coordenou o ato em cima do novo carro de som da Central, destacou a importância da unidade nas lutas nacionais e locais. “Trago a todos a saudação da Central neste dia de luta e união. Nós, o Sindicato dos Petroleiros, o Sindieletro-MG, outros sindicatos e movimentos sociais, como o MAB e o MST, protestamos contra a privatização da exploração do petróleo que o governo federal está realizando. Mas também nos unimos na solidariedade aos servidores e servidoras municipais, que são vítimas da incompetência e da intolerância do prefeito, que não negocia. Prefere judicializar e criminalizar o movimento sindical”, disse Beatriz Cerqueira.
Para Sônia Mara, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o ato demonstrou que os movimentos sindicais e sociais podem unificar lutas. “Esta manifestação é um exemplo de unidade. Nos mobilizamos contra os leilões do petróleo, que são uma agressão à soberania nacional; pela condenação do fazendeiro Adriano Chafik, responsável pelo Massacre de Felisburgo, cujo júri popular foi adiado; e pelo movimento dos trabalhadores e trabalhadoras da Prefeitura de Belo Horizonte. Estamos nas ruas pelo direito à manifestação, que o prefeito tenta cassar.
As ruas e praças são do povo. E estaremos também juntos no plebiscito popular sobre a tarifa de energia elétrica e o ICMS mais caro do país”, afirmou Sônia Mara.
“Os eletricitários se solidarizam com os servidores e servidoras públicos municipais de Belo Horizonte porque sofrem com os mesmos problemas. A Cemig se recusa a negociar e, como isso, nosso acordo de 2012 ainda não foi assinado. Em Minas temos um modelo de gestão, tanto no Estado quanto na capital, de não negociar. A luta do Sindieletro por melhorias na qualidade do serviço prestado pela Cemig é a mesma travada pelos trabalhadores e trabalhadoras da PBH, que querem ser valorizados e, ao mesmo tempo, prestar um serviço de qualidade à população”, disse Jairo Nogueira Filho, secretário-geral da CUT/MG e coordenador-geral do Sindieletro-MG.
Greve
Mais de 3 mil servidores e servidoras públicos municipais de Belo Horizonte aprovaram a continuidade da greve em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (13), na Praça da Estação. Eles reivindicam melhorias nas condições de trabalho e reajuste salarial de 22%. Em nota, a PBH reafirmou a proposta de 6,2% de reajuste a partir de dezembro de 2013, com incidência no 13º salário. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), a paralisação afeta os funcionários da saúde, educação, administração geral, fiscalização, Superintendência de Limpeza Urbana, Sudecap, Belotur e fundações municipais de parque, cultura e zoobotânica.
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) foi representada, durante a assembleia dos servidores e servidoras, pela secretária de Políticas Sociais, Lourdes Aparecida Jesus de Vasconcelos, e pelo secretário da Juventude, Ederson Alves da Silva. Os dois distribuíram nota conjunta das centrais em apoio à greve e acompanharam a passeata até a sede da Prefeitura de Belo Horizonte.
“O prefeito precisa valorizar os servidores da saúde, da educação, da cultura, todo o funcionalismo público. E valorizar o serviço público. Se tem dinheiro para a Copa, tem dinheiro para os empresários, é porque é possível pagar mais aos servidores. Nós, da CUT, reafirmamos o apoio ao movimento e estaremos juntos com vocês até a vitória”, afirmou Ederson Alves.
Na segunda-feira (13), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou o pedido ajuizado pela prefeitura de anulação da paralisação. Porém, o TJMG determinou que Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), o Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais (Sinmed-MG) e o Sindicato dos Odontologistas de Minas Gerais (Somge) garantam escalas mínimas de 70% (setenta por cento) para os médicos grevistas e de 50% (cinquenta por cento) para os dentistas e demais servidores municipais de Belo Horizonte.
Ainda de acordo com a determinação do TJMG, esta decisão deve ser imediatamente cumprida sob pena de pagamento de multa diária de R$ 50 mil para cada um dos sindicatos.