Imaginem a seguinte situação: o trabalhador chega à empresa para cumprir sua jornada de trabalho e é informado que foi transferido para outra unidade, sem direito de escolha ou qualquer comunicado anterior. Deixa-se claro que o trabalhador é obrigado a aceitar a transferência e, o que é pior, sem nenhum treinamento para atuar na nova unidade, como se estivessem lidando com objetos e não com pessoas.
Esta situação absurda está acontecendo com os trabalhadores das termelétricas Bahia 1, Muricy e Arembepe, que se sentem desprestigiados e humilhados. As três UTEs já trabalham com um operacional mínimo, não havendo espaço para saída de funcionários experientes sem a chegada de profissionais também experientes ou treinamento de novos até a capacitação, mínima de um ano, para operação.
No caso da Bahia 1 , por exemplo, alguns grupos já estão com apenas dois operadores devido às transferências. Isso gera insegurança operacional e descumprimento da NR-10 que exige duas pessoas para manobras de subestação. Afinal, se um operador fica fixo no painel, o outro que vai para o campo, dentro ou fora da subestação, vive total insegurança, inclusive se ocorrer qualquer incidente é impossível o operador de painel dar auxilio.
Os efeitos do enxugamento já estão sendo sentidos e vêm interferindo na produção. Nas solicitações do COE (Centro de Operações da Petrobras) para partida de Máquina não foi possível atender a programação por ter apenas dois operadores, sendo um no painel e outro no campo, quando seriam necessários no mínimo dois de campo e um no painel na atuação da condição das máquinas e para melhoria da segurança operacional.
O pior, segundo denúncias dos próprios trabalhadores, é que já está em curso um processo de licitação para terceirizar parte da operação da UTE-Bahia 1. A diretoria do Sindipetro Bahia já está tomando as providências, inclusive legais, para barrar este processo e proteger os direitos dos trabalhadores.
Fonte: Sindipetro BA