Trabalhadores da Rlam reagem a punições e paralisam atividades; GG reavalia atitude arbitrária

Sindipetro BA

Inconformados com as punições injustas de três trabalhadores da Rlam devido ao incêndio que aconteceu na torre fracionadora da U-06,  em dezembro de 2013, trabalhadores diretos e terceirizados realizaram uma mobilização no Trevo da Resistência, em Candeias, na manhã desta segunda (03\02).

O ato, que durou cerca de quatro horas,  foi organizado pela CUT e Sindipetro Bahia e contou com o apoio do Sitticcan, Sindilimp, Sindmetalúrgicos de Feira de Santana, Sindicato dos Rodoviários, Sindvigilantes, Sintercoba e Sindipoc.

A comissão de investigação e análise do acidente não apontou o fator humano como causa básica do incêndio, mas sim o descumprimento da Diretriz 1 da Petrobrás "Liderança e Responsabilidade", quando a gerência da unidade não elabora procedimento específico nem treina os operadores para acompanhar serviços críticos, como instalação do "raquetão" da torre, e ainda autoriza o alinhamento de vapor para o forno que estava interligado com o sistema da torre, contaminando-a com hidrocarbonetos. Mesmo assim, o GG da Rlam optou por punir os trabalhadores, um técnico de segurança, um operador e um engenheiro.

Após a mobilização, aconteceu uma reunião com a participação do GG da Rlam, o GG adjunto, o gerente de RH e outros gerentes de divisões e setoriais, o Sindipetro e a CUT. Após argumentações contundentes dos representantes do Sindipetro e da CUT, ficou acertado que as advertências serão reavaliadas pela comissão de RH. A direção continua atenta e os trabalhadores mobilizados, até a solução definitiva do caso.

Fato negativo na reunião foi o comportamento do gerente de Divisão de Combustíveis (CB) da Rlam, que agrediu verbalmente o diretor Josenilton Ferreira (Cebola) da CUT, após uma crítica do dirigente cutista à empáfia, arrogância e prepotência do atual gerente geral de Mataripe. Segundo Deyvid Bacelar, esse assunto será levado ao CA da Petrobrás, em sua próxima reunião, dia 14\02, pelo representante dos trabalhadores, Zé Maria.

MEXEU COM MEU COMPANHEIRO, MEXEU COMIGO

O diretor de SMS do  Sindipetro,  Deyvid Bacelar, aponta o acontecido como um fato gravíssimo, “uma atitude injusta e desnecessária, uma vez que pune pessoas que, comprovadamente, não foram responsáveis pelo incêndio”, afirma. Não podemos aceitar que trabalhadores sejam punidos em uma retaliação da refinaria ao Sindipetro Bahia por causa da ampla repercussão e divulgação do incêndio da U-6 pela assessoria de comunicação da entidade sindical. 

O presidente da CUT Bahia, Cedro Costa, diz que compactua com a revolta dos trabalhadores devido às punições e analisa a mobilização de hoje como positiva, porque “mostra a união e solidariedade da classe trabalhadora. Todos pararam e participaram, os diretos e os terceirizados”. Mexeu com meu companheiro, mexeu comigo!