Em protesto à redução dos efetivos da operação, anunciada pela Petrobrás, 83% dos trabalhadores dos turnos da Replan aprovaram a realização de uma greve por tempo indeterminado. A mobilização é um indicativo do Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e ainda não tem data definida para acontecer.
As assembleias para votação foram realizadas pelo Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), entre os dias 9 e 13, na porta da refinaria. Os trabalhadores aprovaram ainda outras medidas contra o “enxugamento”, que já começaram a ser aplicadas. Eles decidiram suspender as interinidades, fazer a troca de turno uniformizada e comunicar a empresa sobre a indisponibilidade para compor a brigada de incêndio.
Nesse mesmo dia, a direção sindical enviou um ofício ao gerente geral da Replan, informando sobre a elaboração de um abaixo-assinado. No documento, foram coletadas assinaturas dos trabalhadores que recusarão ser voluntários da brigada de incêndio, caso a refinaria se negue a abrir um canal de negociação com o Sindicato e a fornecer cópia do estudo de efetivo mínimo formulado pela Petrobrás.
Sem brigada
O Sindicato aguarda um posicionamento da empresa até às 12h da próxima terça-feira, 20 de junho. Após esse prazo, os trabalhadores definiram que não aceitarão compor a brigada voluntariamente e atender ao chamado do alarme de emergência da refinaria.
“Com a indisponibilidade dos trabalhadores, a refinaria ficará sem uma brigada de emergência. Sabemos do altíssimo risco que isso representa a todos que estiverem dentro das dependências da unidade e também à vizinhança, mas será inviável ao trabalhador deixar o seu setor, devido ao aumento da carga de serviço e das responsabilidades, para integrar a brigada ou atender um chamado de emergência”, afirmou o diretor do Unificado Gilberto Soares, o Giba.
Perigo
Para os trabalhadores, a refinaria já é um local altamente perigoso e eles não querem correr mais riscos, atuando após a ocorrência de acidentes. Segundo o Sindicato, a gerência da Replan deveria centralizar sua atenção na prevenção de acidentes, melhorias na manutenção e inspeção, no avanço da primeirização e em um número mínimo de trabalhadores, adequado e seguro para cada setor.
“Ao reduzir o efetivo mínimo, a Replan demonstra que não leva a sério a questão da segurança e que está brincando com a vida do trabalhador”, lamenta o diretor Arthur “Bob” Ragusa.
Greve Geral
Outra proposta aprovada nas assembleias, por quase 100% dos trabalhadores, foi a Greve Geral do dia 30 de junho. Esse movimento está sendo convocado pela CUT e demais centrais sindicais, contra as reformas Trabalhista e da Previdência, pela saída do presidente ilegítimo Michel Temer e pela realização das “Diretas Já!” e promete ser ainda maior do que a última greve geral, realizada em 28 de maio.
Unificado
A direção do Unificado realiza assembleias em toda sua base. As votações devem ser concluídas nesta sexta-feira, 16.
Fonte: Sindipetro Unificado-SP