Na madrugada do dia 17 de julho, por volta das 3h30, um operador percebeu uma quantidade muito grande de fumaça, uma fumaça branca, muito densa, próximo ao forno do Diesel 2 (U-310). Ele entrou em contato via rádio com operadores da área, que foram fazer uma avaliação e perceberam um vazamento de diesel na saída desse forno. Imediatamente eles fizeram as ações operacionais para parar a unidade reduzir o vazamento e iniciou uma prevenção para que não ocorresse um incêndio.
A ação foi muito rápida, garantindo que a unidade fosse parada e voltasse à condição de segurança em poucos minutos e evitando um incêndio, de possíveis consequências perigosas para os trabalhadores e para os equipamentos. Importante ressaltar que a ação foi possível porque havia reforço de outros três operadores na área, devido a uma parada de manutenção na U-513 e pela qualidade técnica dos trabalhadores envolvidos no momento da ocorrência. Com esse efetivo adicional que estava no setor no momento da ocorrência foi possível ter um reforço da equipe da área e também no painel, demonstrando mais uma vez que o número mínimo adequado amplia de forma significativa a segurança do processo.
O Sindicato chama a atenção para o fato de que o baixo efetivo em trabalho leva a um risco maior de acidentes, que podem ser graves! Além disso, há um descaso com a manutenção em todas as unidades da Petrobras, inclusive na Regap. Nos últimos anos, a manutenção tem sido feita de forma bem menos criteriosa e também não existe mais a mesma rotina de inspeção nos equipamentos.
A produção e a exigência de trabalho é a mesma, em alguns casos até aumentaram as rotinas, mas o número de pessoas reduziu muito nos últimos dois anos. Sendo assim, houve intensificação do trabalho: na prática número mínimo reduzido, trabalhadores sendo assediados a trabalhar na folga, jornada diária elevada sem entrar em acordo com o sindicato, demissões de diversos terceirizados.
Não se trata somente da HDT e sim de toda a planta. No CCF, no último mês houve diversas ocorrências fruto deste cenário. Alguns exemplos: – Fogo no conversor devido vazamento de uma linha de gasolina para o riser; – Trincas no reator do craqueamento 1, onde foi necessário parar a unidade para realizar manutenção; – acidente com queimadura de vapor.
“A redução de efetivo e a intensificação do trabalho está ocorrendo em toda a Petrobrás, aumentando a chance de virarmos uma nova Vale e termos crimes ambientais. Essa lógica é base do sucateamento que precede a privatização e vai ao encontro do desrespeito a vida do governo genocida Bolsonaro”, critica o coordenador do Sindipetro MG, Alexandre Finamori.
Em relação ao efetivo, no dia 13 de julho o Sindicato mandou um ofício para a Regap com diversos questionamentos. Ainda não houve respostas, mas o Sindipetro está atento e alerta que é urgente a recomposição dos quadros da refinaria. “A questão do efetivo é essencial para as boas condições de trabalho e também para a empresa, que só assim pode entregar um serviço final de excelente qualidade. O reforço da manutenção vai no mesmo sentido, pois garante a segurança de quem trabalha na Regap, mas também de quem mora na região e todos que de alguma forma se relacionam com a refinaria”, destaca Alexandre Finamori, coordenador do Sindipetro MG.