Por nenhum direito a menos! Trabalhadores da RCS que atuam nas bases do Canto do Amaro e Fazenda Belém deflagraram atraso no expediente nesta quarta-feira, 18 de novembro. O atraso teve início às 7 e encerrou às 12 horas. A lei do movimento foi, “mexeu com um, mexeu com todos”.
O protesto da categoria reivindicou a retirada da taxa do plano de saúde de R$50,00 (R$58,00 se tiver o plano odontólogo) dos dependentes; reajuste salarial com ganho real e cumprimento da promessa do pagamento da cesta natalina no valor de R$250,00 informado no início do contrato pela direção da empresa em 20 de março de 2019 que até a data de hoje não foi cumprido.
Nas duas bases(Fazenda Belém e Canto do Amaro) a empresa mantém 41 trabalhadores, divididos em funções administrativas, supervisão e operação.
O interessante nessa empresa é que à RCS trata com distinção os companheiros e companheiras que atuam no Canto do Amaro e Fazenda Belém, se comparado com o contrato prestado à Potiguar E&P no Riacho da Forquilha.
“Todos os funcionários que prestam serviços no Riacho, não pagam plano de saúde para dependentes; recebem Participação Lucros e Resultados(PLR) e todas as horas extras são pagas na integralidade no mês trabalhado”, explicou um trabalhador que não quis se identificar. Aí fica a pergunta: mas a empresa não é a mesma, com um único CNPJ? Parece que não!
Já para os que atuam no Canto do Amaro e Fazenda Belém a direção da RCS limita o pagamento em 44 horas extras por mês. Sendo as demais horas(se realizadas) pagas no mês seguinte(contando com a prerrogativa do teto), além de não pagar PLR.
Outro fato interessante no Canto do Amaro é que todos os trabalhadores que compareceram na assembleia têm em média de 1 a 3 filhos. Esse dado mostra que o valor da remuneração atinge diretamente no bem está de seus familiares.
São homens e mulheres quem tem na sua força de trabalho meios de prover uma vida digna para quem está em casa ou estudando. Mas sem valorização salarial isso é possível? A resposta é NÃO!
Um exemplo disso são os companheiros que atuam na “Linha Viva” com redes de alta e baixa tenção energizada. Os valores dos salários variam em torno de R$ 1.200,00 a R$1.900,00. O desconto do plano de saúde para os dependentes gera um impacto significativo na remuneração do mês de quem arrisca a vida diariamente na execução do trabalho.
“Ter que escolher entre colocar um prato de comida na mesa e pagar o plano de saúde é uma ação desumana”, lamenta Pedro Idalino, diretor do SINDIPETRO-RN. Principalmente se a empresa não teve abalos financeiros durante os últimos meses devido a pandemia e na arrecadação do B.M. “Todas as metas foram batidas ou mantidas na média desde o começo do ano, isso não atinge o faturamento da empresa”, explica um trabalhador que não quis se identificar.
Pedro Idalino assegurou para categoria durante a atividade que o sindicato não retomará o diálogo com a empresa se houver punições de quem participou do atraso. “Nós só voltamos a mesa de negociação com o comprometimento da empresa em não promover retaliação na força de trabalho”, explica o diretor.
Durante a atividade foram flagradas equipes mistas da RCS indo fazer serviços nos poços da região. A inciativa é considerada arriscada pela direção do Sindicato devido à falta de habilidade desses trabalhadores na execução do serviço, além do risco de vida que estão propensos.
A ação desobedece aos procedimentos de segurança da Petrobrás e da empresa. Vale destacar também que a liberação das equipes é feita pela RCS. O caso foi denunciado pelo Sindicato a gerência de contratos da Petrobrás que ordenou o retorno imediato das equipes ao Canto do Amaro.
Prevenção ao COVID 19: durante todo o atraso foram tomadas todas às medidas de distanciamento social, além do uso de máscaras e higienização das mãos com álcool em gel.
[Da imprensa do Sindipetro-RN]