Na próxima segunda-feira, os trabalhadores da BR iniciam uma greve de cinco dias em diversas regiões do país, contra a privatização da subsidiária e o desmonte do Sistema Petrobrás. “Precisamos barrar a venda da empresa! Não podemos tirar das mãos do povo brasileiro a maior distribuidora de combustíveis e lubrificantes do país e isso inclui a Liquigás, empresa subsidiária integral do Sistema Petrobrás e segunda maior na distribuição de GLP no Brasil”, afirmou o sindicato da categoria – Sitramico – em nota divulgada esta semana aos trabalhadores de Minas Gerais.
O Sitramico-RJ também se manifestou, afirmando que a greve é motivada pela nova modalidade de venda da BR Distribuidora, que cede 51% das ações ordinárias ao comprador. “Desta forma, as ações estratégicas vão ficar todas nas mãos do acionista majoritário. Ele vai ter poder, inclusive, de comprar derivados que não sejam refinados pela Petrobrás”, afirma Lígia Deslandes, presidenta do Sindicato que representa a categoria no estado do Rio de Janeiro. A sindicalista acredita que a iniciativa pode resultar na quebra da Petrobras, já que a BR Distribuidora é a principal responsável pelo escoamento da produção.
FUP e sindicatos apoiam a greve
A FUP e seus sindicatos apoiam incondicionalmente a greve dos trabalhadores da BR, que visa barrar a venda da subsidiária, assim como o desmonte da Petrobrás pelo governo interino e que já colocou à venda diversos ativos da estatal. As direções sindicais petroleiras estarão ao lado dos companheiros da distribuidora, nas portas de fábricas, participando do movimento grevista.
Apesar de não ser divulgada como privatização, a abertura do capital da BR irá disponibilizar parte estratégica da companhia para o mercado estrangeiro. A empresa é a maior distribuidora de combustíveis e lubrificantes do país, já a Liquigás é a segunda maior na distribuição de GLP.
PORQUE NÃO VENDER
Entenda porque privatizar as duas companhias é ruim para Brasil:
– Além de serem fundamentais para o fluxo de caixa da Petrobrás, a BR e a Liquigás têm função estratégica e social fundamentais para o País.
– Ambas garantem o escoamento dos derivados produzidos pela Petrobrás evitando a asfixia das refinarias.
– Abastecem de combustíveis e botijões de gás de cozinha os confins do Brasil.
– Operam, a preços competitivos, o suprimento de toda a cadeia de insumos das atividades de prospecção, perfuração e produção de petróleo e gás. Além disso, atuam de forma sustentável, pois são lucrativas e eficientes.
– A BR integra o Sistema de Segurança Nacional, pois atende aos abastecimentos das Forças Armadas, que assim, não depende de entidades privadas ou de empresas de capital estrangeiro em qualquer situação que o País enfrente. Esse fato reflete diretamente na defesa da soberania nacional.
– A BR abastece e presta assistência técnica para a maioria das indústrias nacionais.
– A Liquigás é líder em venda de gás de cozinha (P13) e atua em 23 estados brasileiros, já a BR está em todos os estados brasileiros. Ambas as empresas estão em locais aonde as suas concorrentes não vão, dado o baixo retorno e o que é essencial: geram milhares de empregos indiretos em todo o País.
– A BR garante aos três níveis de governo o fornecimento de asfaltos e emulsões para o desenvolvimento e implantação de estradas em todo o País.
– Ambas as empresas regulam os preços do mercado e introduzem desenvolvimento tecnológico.
– A BR possui a maior fábrica de lubrificantes da América Latina, produzindo com altas e recentes tecnologias.
A marca BR, antes restrita à rede de postos, projetou-se em todo o País e foi adotada para identificar todo o Sistema Petrobrás. Já a Liquigás, é grande conhecida da população. Outra empresa que corre sérios riscos é a Transpetro.
Fonte: FUP, com informações dos Sitramicos MG e RJ e do Sindipetro-BA