Trabalhadores da Fafen-PR protestam contra desmonte imposto por Parente

Nesta quinta-feira (22), o Sindiquímica-PR organizou um ato na porta da Fafen-PR com os trabalhadores da unidade para denunciar as ações da administração da Petrobrás.

O ato faz parte da série de protestos realizados contra as ameaças de privatização ou fechamento das subsidiárias da estatal. Por isso, esta é uma semana de luta e resistência dos trabalhadores do setor, que vem sendo sucateado desde que o governo Temer assumiu o poder com um golpe político e parlamentar.

As multinacionais Yara (norueguesa) e Acron (russa) já estão apresentando suas propostas de compra da Araucária Nitrogenados e da Unidade de Fertilizantes-III (UFN-III), localizada em Três Lagoas-MS.

Além da ameaça a essas duas unidades, outras duas, na Bahia e em Sergipe, estão sendo desativadas.

Durante o ato, foram abordados os riscos da privatização, principalmente quanto à soberania alimentar, já que o Brasil importa mais de 75% dos insumos nitrogenados.

Enquanto isso, o mercado de fertilizantes nitrogenados de outras nações agrícolas está em expansão, deixando o nosso país rumando contra a correnteza. Além disso, o retrocesso é certo, pois ficaremos 100% dependentes da importação de fertilizantes nitrogenados, o que é ruim, inclusive, para a economia.

Os terceirizados da Fafen-PR também foram lembrados no ato, pois eles também serão prejudicados diretamente caso aconteça a venda ou o fechamento da unidade. Seus contratos serão encerrados imediatamente e haverá demissão em massa.

Segundo o diretor do Sindiquímica-PR Sérgio Luiz Monteiro, a categoria continuarálutando para manter os empregos, pela conservação do setor de fertilizantes nitrogenados na Petrobrás e a permanência da atividade da Fafen-PR. “Não vamos desistir em momento algum desse trabalho que não apenas sustenta a categoria, mas contribui para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou.

Assembleia do sindicato

A assembleia geral extraordinária do sindicato foi realizada para que uma nova ata da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) fosse redigida, pois, com o registro no Ministério do Trabalho (MTb), algumas burocracias poderiam trazer insegurança jurídica para a negociação. A votação dos trabalhadores foi unânime, o acordo foi aprovado e a nova ata será redigida, com a distinção de todas as cláusulas, conforme solicitado pelo MTb.

A formalização do ACT é essencial também para a garantia dos direitos da categoria após a implantação da Reforma Trabalhista.

Sucateamento da Fafen-PR

Em setembro de 2017, o Sindiquímica-PR denunciou ao Ministério Público (MP) a intenção do presidente da Petrobrás, Pedro Parente, de entregar a unidade a custo zero, já que ela estava desvalorizada em R$ 800 milhões nos balanços contábeis. Aproximadamente uma semana depois, a empresa anunciou a intenção de privatização da Fafen-PR e da UFN-III.

Em novembro, os sindicatos e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) ocuparam a Araucária Nitrogenados para denunciar o sucateamento da unidade, a maior produtora mundial de ARLA-32, catalizador obrigatório para a redução de emissão de gases tóxicos de motores a diesel, entre outros inúmeros fatores positivos.

Fonte: Sindiquímica-PR