Trabalhadores da Fafen-BA entram em estado de greve contra punição a inocente

A gerência da Fafen-BA puniu arbitrariamente, com cinco dias de suspensão, um operador…

Imprensa da FUP

A gerência da Fafen-BA puniu arbitrariamente, com cinco dias de suspensão, um operador inocente, alegando que ele recusou-se a debelar um incêndio em sua unidade. O "engano" da gerência foi esclarecido por todos os trabalhadores, que testemunharam o empenho do operador, no combate à emergência. O que de fato está por trás da punição é a perseguição e intimidação das gerências aos trabalhadores que estão exercendo legitimamente o direito de pedir desligamento das Brigadas de Incêndio.

Como a própria Petrobrás reconhece, o trabalho dos brigadistas é voluntário. A FUP vem lutando para que a empresa regularize a função de brigadista e garanta condições adequadas de trabalho e treinamento para os petroleiros que integrarem estas equipes.

Para pressionar a Petrobrás a avançar nesta questão, a Federação e seus sindicatos orientaram os trabalhadores que compõem as brigadas a formalizarem por escrito às gerências seu pedido de desligamento. Várias gerências, no entanto, têm pressionado os operadores a atuarem nas brigadas, mesmo contra sua vontade. Nas unidades em que a resistência é maior, as empresa tem composto estas equipes de emergência com trabalhadores terceirizados, muitos dos quais não utilizam sequer vestimentas próprias para combate a incêndio, como macacões e luvas de proteção.

Na Fafen-BA, ficou nítido para os trabalhadores a intenção do gerente de querer “dar uma lição” na categoria, ao punir arbitrariamente o operador que se desligou da brigada. A truculência e o autoritarismo da gerência indignou os demais trabalhadores, que renunciaram coletivamente à função de brigadistas e também pediram afastamento da CIPA até que a punição seja revertida.  Os petroleiros da Fafen aprovaram ainda estado de greve e ameaçam parar suas atividades, se o gerente não voltar atrás em sua atitude arbitrária e de perseguição. Os trabalhadores também estão dispostos a discutir melhores condições de treinamento para a brigada.

O Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia denunciou a Petrobrás ao Ministério Público do Trabalho e à Superintendência Regional de Emprego e Trabalho (antiga DRT), que já realizou na quinta-feira, 04, a primeira audiência com a empresa os representantes dos trabalhadores. O próprio advogado da Petrobrás reconheceu que o trabalho na Brigada é voluntário. Uma nova audiência será realizada no dia 16.