Trabalhadores da Eletrobrás fazem greve por aumento real de salário

Governo se recusa a atender reivindicações, por isso, greve continua…





CUT

Escrito por Isaías Dalle

A paralisação dos trabalhadores do sistema Eletrobrás, iniciada nesta quarta-feira, continua hoje com 30 mil pessoas em todo o País. A principal reivindicação da categoria é aumento real de salário. A empresa, subordinada ao governo federal, quer apenas repor a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado).

Na avaliação do presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU-CUT), Franklin Moreira Gonçalves, ao tentar impedir que os eletricitários federais tenham aumento real de salário, o governo Dilma pretende fazer da categoria um exemplo. “O governo, através do Banco Central, tem reiterado que os trabalhadores não devem pressionar por aumento acima da inflação, para não pressionar os índices inflacionários. Querem nos usar como referência nessa política de contenção de gastos tão propalada pelo governo”, afirma.

A data-base dos trabalhadores da Eletrobrás é 1º de Maio. Portanto, a negociação salarial se arrasta. Depois dos eletricitários da Eletrobrás, os trabalhadores da Petrobrás e dos bancos federais têm data-base em setembro.

Se não houver por parte da empresa a oferta de uma nova proposta até o início de agosto, a categoria promete iniciar greve por tempo indeterminado. A Eletrobrás registrou lucro líquido de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre deste ano, projetando um resultado de R$ 6 bilhões no ano.

A paralisação de 48 horas iniciada hoje não deve causar interrupção do fornecimento de energia. Exceto se houver alguma falha na operação do sistema – que é automatizado – já que as equipes de manutenção e conserto não estarão a postos.

“Tomara que isso não aconteça. O custo é grande para a sociedade e nós não queremos isso”, comenta Franklin.

O presidente do SinergiaSP, Jesus Francisco Garcia, que participa das paralisações das unidades de Furnas em São Paulo, afirma: “O governo está empenhado em manter  o superávit primário, e para isso pretende impedir  o aumento salarial de seus trabalhadores. Que não conte com a gente para isso. Aumento real de salário é a bandeira principal da CUT neste segundo semestre”.