Trabalhadores da BR Distribuidora e Liquigás de Campinas e Paulínia realizaram, na manhã desta segunda-feira (15.08), uma paralisação em protesto à privatização das subsidiárias e ao desmonte do Sistema Petrobrás. A manifestação nas empresas durou cerca de duas horas e provocou um quilômetro de congestionamento de caminhões no acostamento da Rodovia Zeferino Vaz.
O movimento foi promovido pelo Sindminérios (Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo de Campinas), com apoio do Sindipetro Unificado-SP (Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo), e teve início na BR Paulínia por volta das 3h da madrugada.
“Fizemos um piquete na entrada da BR, à beira da rodovia, com trabalhadores próprios e terceirizados e caminhoneiros e debatemos a entrega da subsidiária”, afirmou o diretor do Unificado Gilberto Soares, o Giba.
Muitos motoristas pararam para ouvir as informações e alguns deles chegaram a descer dos caminhões. Na madrugada, uma grande fila se formou no acostamento, na espera para o abastecimento de gasolina, diesel e outros derivados de petróleo.
O ato prosseguiu até às 13h, com a paralisação de outros grupos de trabalhadores próprios para um bate-papo.
No prédio administrativo da BR, na Avenida Norte-Sul, em Campinas, os trabalhadores participaram da manifestação das 9h às 11h. “O pessoal está bastante preocupado com a perda de direitos e o futuro da própria empresa”, destacou Giba.
Na Liquigás, em Paulínia, a paralisação também durou cerca de duas horas. “Os trabalhadores estão muito inseguros porque, em nenhum momento, a venda da empresa foi discutida com eles. A medida foi imposta e vem sendo cumprida de forma muito rápida, causando uma série de questionamentos e dúvidas. Os funcionários não sabem o que acontecerá com seus empregos e com seu futuro”, comentou o diretor Steve Austin Campos Rosa.
Apesar de não ser divulgada como privatização, a abertura do capital da BR irá disponibilizar parte estratégica da companhia para o mercado estrangeiro. A empresa é a maior distribuidora de combustíveis e lubrificantes do país, já a Liquigás é a segunda maior na distribuição de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de botijão, com uma fatia de 22% do mercado.
Fonte: Sindipetro Unificado-SP