Trabalhadores da alimentação conquistam legalização da Contac/CUT

 

CUT, por Leonardo Severo

Segunda-feira, 10 de dezembro de 2012. A data de legalização da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação, Agroindústrias, Cooperativas de Cereais e Assalariados Rurais (Contac/CUT) passa a ser um marco para a categoria e para a Central Única dos Trabalhadores.

Neste dia, em Belo Horizonte, as Federações do Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, somadas a representações sindicais da Bahia, Pernambuco Santa Catarina e São Paulo deram o passo derradeiro para a legalização da Confederação cutista, votada e aprovada por unanimidade. O evento contou com a participação do secretário de Organização da CUT Nacional, Jacy Afonso.

“Nossa confederação já existe há 18 anos e, embora legítima, não estava legalizada. Apesar disso, há poucos dias conquistamos uma Norma Regulamentadora para o setor frigorífico que é ímpar no mundo, não só no setor alimentício, como para todos os demais. Uma NR construída de baixo para cima e que coloca em novo patamar as condições de saúde e segurança no trabalho”, declarou Siderlei de Oliveira, presidente da Confederação. A NR dos frigoríficos garante pausas de 10 minutos a cada 50 trabalhados, além de mais 200 subitens que tratam de humanizar as relações de trabalho nestas unidades de produção.

Assembleia fundacional reuniu as principais lideranças do Ramo de alimentação do país

“Agora, com a Contac/CUT reconhecida de fato e de direito, com a Justiça tendo se pronunciado por meio de três decisões consecutivas, a última de forma definitiva,  e resolvidos os trâmites da legalização, vamos potencializar novas e mais expressivas vitórias”, enfatizou o presidente da Contac, lembrando dos inúmeros obstáculos e dificuldades superados com a abnegação e o desprendimento de lideranças que remaram anos a fio contra a maré.

“A arrecadação do dinheiro dos trabalhadores serviu durante todo esse tempo para encher os cofres da outra Confederação e acabava sendo usado contra nós. A legalização, dentro dos registros do Ministério do Trabalho, facilitará o desenvolvimento de ações, particularmente no Norte do país, onde a indústria da alimentação está chegando e há uma falta de cobertura sindical tremenda”, acrescentou Siderlei.

Para o presidente da Contac/CUT, “foi um ano excepcional, pois não é sempre que se constrói uma NR como esta nem que se legaliza uma Confederação, com 141 Sindicatos, como a Contac”. “É muita emoção para um coração enfraquecido, mas que bata mais forte do que nunca em defesa do Ramo da alimentação e de toda a classe trabalhadora”, concluiu.