Trabalhadoras metalúrgicas do ABC debatem saúde e divisão do trabalho doméstico

Rede Brasil Atual

O 2º Encontro de Mulheres Metalúrgicas do ABC teve como tema “Trabalho com saúde e sem dependência”. A saúde da mulher, a dependência química e divisão de trabalho entre mulheres e homens nos serviços domésticos foram os temas debatidos. O encontro reuniu cerca de 110 sindicalistas de 14 sindicatos filiados à Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos (FEM) da CUT-SP, ontem (22), em São Bernardo do Campo, região do ABC paulista. A reportagem foi ao ar na edição do Seu Jornal, da TVT.

Solange Helena Pereira, diretora do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, explica a importância da discussão sobre a dependência química “a dependência, além de atingir a própria mulher, atingi também os maridos, os filhos e ela acaba não rendendo”.

As metalúrgicas apontam para a necessidade de desenvolver o trabalho compartilhado, que é a divisão das atividades, como serviços domésticos e a educação dos filhos, com os homens. Cícera Michele Silva Marques, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, afirma que ser dirigente de um sindicato é exercer quatro jornadas, como trabalhadora, mãe, sindicalista e dona de casa.

“Para o Brasil é importante que o estado de São Paulo esteja reunido, e que a gente traga políticas para que a gente possa avançar e possa ter uma sociedade mais justa e igual”, destaca.

Durante o debate, foi apresentado um estudo do Dieese que mostra os impactos do trabalho na saúde da mulher. De acordo com a pesquisa, com a reestruturação da produção no ramo metalúrgico, houve uma desqualificação do trabalho feminino, rebaixamento do trabalho e o comprometimento da saúde nos últimos dez anos.

Desde 2010, a secretaria da mulher da FEM-CUT tem promovido debates sobre os desafios das metalúrgicas em um ramo majoritariamente masculino, elas representam 16% da categoria. Uma das lutas das trabalhadoras é o período de 180 dias para licença-maternidade.

A deputada estadual Janete Pietá (PT), esteve presente no evento e acrescentou que é preciso acabar com a cultural patriarcal de que homem não pode estar na cozinha. “Lugar de homem é em todos os lugares, e também na cozinha, assim como a mulher, em todos os lugares, na política e na cozinha.”