Desde 1995, duzentos e oitenta e cinco trabalhadores morreram em acidentes na Petrobrás, sendo 230 terceirizados…
Imprensa da FUP
Nesta segunda-feira, 27, o Sindipetro PE/PB foi comunicado sobre mais um acidente fatal no Sistema Petrobrás. Um trabalhador terceirizado da Flomar morreu durante a atracação de um navio no Terminal de Suape, em Pernambuco. De acordo com as informações recebidas pelo sindicato, Genivaldo José da Silva, 34 anos, era marinheiro de convés e prestava serviço no navio que é afretado à Petrobrás. A embarcação iria descarregar produtos para a Transpetro, quando o marinheiro foi atingido pela corda de atracação, que soltou-se, lançando-o contra as ferragens. Durante o acidente, não havia médicos ou enfermeiros no Terminal de Suape, fato que agravou o estado do trabalhador, que sofreu traumatismo craniano.
Nos últimos três anos, esta é a quarta morte com terceirizados no Complexo Industrial e Portuário de Suape. Duas foram na construção do navio petroleiro João Cândido e uma na Refinaria Abreu e Lima, no início deste mês. O Sindipetro PE/PB está buscando mais informações sobre o que aconteceu e já solicitou participação na comissão que investigará as causas do acidente.
Desde 1995, duzentos e oitenta e cinco trabalhadores morreram em acidentes na Petrobrás, sendo 230 terceirizados. A técnica de operações da Reman, Renata Lima Benigno, 26 anos, continua internada em estado grave na UTI de um hospital de Manaus. Ela sofreu queimaduras de 1º, 2º e 3º graus, durante um acidente de trabalho na refinaria, no último dia 23. No dia 21 deste mês, um outro acidente fatal já havia vitimado um trabalhador terceirizado da Petrobrás. Marcos Vinícius Pereira da Silva, 38 anos, operário que atuava nas obras de terraplanagem do Comperj, perdeu a vida durante a operação de uma retroescavadeira.
Acidentes como estes são fruto da política de insegurança da Petrobrás, que continua matando e mutilando os trabalhadores. A FUP tem denunciado a precarização das condições de trabalho e segurança dos trabalhadores terceirizados e cobrado insistentemente mudanças estruturais nas políticas de SMS e de terceirização da Petrobrás. O acordo conquistado na campanha salarial dos trabalhadores garantiu dois avanços importantes neste sentido, que extrapolam as reivindicações econômicas. A Petrobrás concordou em realizar um grande debate entre os seus gestores e as representações sindicais sobre responsabilidade social e as práticas e política da empresa relacionados ao SMS. Estes dois fóruns serão um espaço fundamental para buscar avanços em relação à proteção dos direitos dos trabalhadores terceirizados, uma luta que continuará pautando a FUP e seus sindicatos em todos os debates e negociações com a Petrobrás e empresas do setor privado.