FUP
O Sindipetro-RS foi informado nesta terça-feira, 23, sobre a morte de mais trabalhador em acidente ocorrido em unidades da Petrobrás. Marco Antonio Camacho Torre, 59 anos, faleceu na madrugada de hoje, em um hospital na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, onde estava internado desde o dia 21, em consequência de um acidente nas obras de finalização da P-55. Ele era funcionário da QUIP, onde atuava como Gerente de Integração da obra da plataforma, que está sendo realizada no Polo Naval do Rio Grande.
A P-55 é uma plataforma semissubmersível que deverá entrar em operação em setembro do ano que vem, no Campo de Roncador, na Bacia de Campos. A empresa responsável pelas obras da plataforma é uma sociedade entre a Queiroz Galvão, UTC Engenharia e a IESA Oleo e Gas. Foi a QUIP que construiu a P-53 e atualmente, além da P-55, é responsável também pela construção da P-63, encomendada pelo consórcio Petrobrás-Chevron.
Segundo informações preliminares obtidas pelo Sindipetro-RS, Marco Antônio acompanhava os trabalhos de deslocagem da P-55, quando uma das “buzinas” de amarração (olhal de grandes dimensões) se desprendeu, devido ao tensionamento do cabo de nylon durante manobra. Ao se desprender, a peça arrancou e projetou parte de um guarda-corpo que acabou atingindo o trabalhador, que deixou dois filhos órfãos.
O Sindipetro-RS integrará a comissão de apuração das causas do acidente. Este ano, sete trabalhadores perderam a vida em acidentes típicos de trabalho em unidades do Sistema Petrobrás. Todos eles eram trabalhadores terceirizados. Soma-se a essas perdas a morte do técnico de operação da Rlam, Enivaldo Santos Souza (Shalom), no último dia 18, vítima de leucemia mielóide aguda, em consequência da exposição ao benzeno. Desde 1995, foram 318 vidas perdidas em acidentes de trabalho na empresa e outras dezenas de mortes em consequência da exposição ao benzeno e demais doenças ocupacionais.
Torna-se a cada dia mais urgente que intensifiquemos a luta por um ambiente seguro de trabalho, que garanta a todos os petroleiros, próprios e terceirizados, o legítimo direito de voltarem vivos e saudáveis para casa. Essa é uma luta que a FUP e seus sindicatos vêm travando há anos com os gestores da Petrobrás, buscando em cada campanha reivindicatória avançar na construção de uma política de SMS que atenda às reais necessidades dos trabalhadores, levando em consideração as propostas e alternativas apontadas pelo movimento sindical.