Um trabalhador da empresa Halliburton que prestava serviço na Braserv (SPT-108) foi diagnosticado com Covid-19. Na segunda-feira (23), ele teve um mal estar durante o trabalho, apresentando febre, dores no corpo e tosse.
O trabalhador foi afastado e os outros membros da equipe que tiveram contato com ele, inclusive convivendo dentro do alojamento, foram colocados em isolamento.
A informação que chegou ao Sindipetro é que o trabalhador teria vindo do Rio de Janeiro para prestar serviços na sonda 108, na Bahia. Esse fluxo de trabalhadores entre estados é muito comum nessa área, o que aumenta ainda mais o risco de contrair o vírus e dificulta o combate à pandemia.
O caso desse trabalhador que testou positivo para o Covid-19 (coronavírus) e conviveu em ambiente fechado com outros trabalhadores antes de apresentar os sintomas da doença, reforça o que o Sindipetro vem alertando desde quando o Covid-19 foi considerado uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Não é possível continuar trabalhando com grande quantidade de funcionários nas áreas, unidades e sondas. Afinal, o vírus se propaga de forma veloz, e é de fácil contágio.
No caso das sondas, o Sindipetro já havia solicitado à gerência da CPT, tanto a local como a geral, que fica no Rio Grande do Norte, que as atividades fossem totalmente paralisadas por pelo menos 15 dias sem prejuízo dos salários ou empregos dos trabalhadores ou que pudessem serem atendidas apenas demandas pontuais e emergenciais.
A proposta do Sindipetro era que a Petrobrás arcasse com parte desse custo. Mas a gerência da CPT conversou com as empresas e, infelizmente, decidiu manter as atividades.
O Sindipetro conversou também com as gerências das empresas de sondagem como Braserv, Perbras, EBS e Conterp, assim como com as gerências daquelas que prestam serviço nas sondas a exemplo da Halliburton, Schlumberger, Baker e outras.
O diretor do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, explica que ”essas empresas dependem da Petrobrás para parar as atividades, elas não têm autonomia, mesmo que uma ou outra queira fazer isso, mas lamentavelmente a Petrobrás insiste na continuidade do funcionamento dessas sondas, mesmo sendo uma atividade indireta”.
Ele ressalta ainda a posição diferente e responsável tomada pela UO-BA, que diminuiu a atividade em suas unidades, reduzindo em torno de 60% a presença de terceirizados nas áreas operacionais, para diminuir o risco de contaminação desses trabalhadores.
O Sindipetro apresentou sugestões às empresas para que coloquem em prática medidas paliativas de segurança para diminuir o risco e dar maior sensação de segurança aos trabalhadores. Veja algumas delas:
– Higienização permanente e intensa dos transportes
– Higienização dos transportes de cargas e carros das empresas
– Disponibilização de álcool gel nos carros, nas sondas, nos ônibus, ao lado do relógio de ponto, nos escritórios
– Banheiros limpos com sabonete, água, papel toalha
– Uso de máscara quando for o caso
– Higienização dos locais de trabalho com freqüência e com intensidade
– Higienização dos alojamentos
– Higienização de computadores, celulares
– Monitoramento das condições dos trabalhadores para identificar aqueles que podem estar apresentando algum sintoma e serem isolados de imediato.
-Retirada do local de trabalho daqueles funcionários que fazem parte do grupo de risco, como os que têm 60 anos ou mais, ou tenham doenças pré-existentes.
– Carros circulando com janelas abertas, com ar condicionado desligado
– Diminuição do ritmo de trabalho, com a paralisação diária das atividades, por tempo determinado, para que os trabalhadores possam relaxar, evitando assim acidentes de trabalho.
– Contratação de pessoas especificas para fazer a higienização dos ambientes e objetos, lembrando que limpeza e higienização são duas coisas diferentes.
O Sindipetro vai continuar acompanhando e dialogando com a Petrobrás e todas as empresas do setor petróleo para garantir a segurança dos Trabalhadores. “ Estamos vivendo um momento completamente atípico e consequentemente precisamos modificar os nossos procedimentos. As empresas precisam fazer a sua parte e o trabalhador também, sendo rigorosos no cumprimento dos requisitos de segurança como prevenção ao coronavírus”, finaliza, Radiovaldo
[Via Sindipetro Bahia]