Trabalhadores da Petrobrás no Uruguai anunciam greve contra demissões

 

Os trabalhadores da distribuidora de gás natural do Uruguai, a MontevideoGas, cuja concessão pertence à Petrobrás, aprovaram em assembleia ocupar a unidade no dia 25 de março, em protesto contra as demissões que a empresa está fazendo à revelia do sindicato. Segundo a Unión Autónoma de Obreros y Empleados de la Compañía del Gas (Uaoegas), sindicato nacional dos trabalhadores do setor de gás, um operário foi sumariamente demitido e outros 20 foram encaminhados para o seguro desemprego.

Na segunda-feira, 11, os trabalhadores realizaram uma paralisação de 24 horas e nesta terça, 12, o sindicato reúne-se com a empresa e representantes do Ministério do Trabalho e da Previdência Social para cobrar a suspensão das demissões.

A FUP e seus sindicatos manifestam solidariedade integral aos petroleiros uruguaios, que lutam por direitos e soberania energética.

Entre outubro e novembro do ano passado, 21 trabalhadores da MontevideoGas realizaram uma greve de fome por 25 dias para garantir o acordo de trabalho, sem perdas de direitos e com o compromisso da Petrobrás de não demitir os grevistas.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, 11, a Uaoegas cobra o fim da concessão que a Petrobrás tem sobre a distribuição de gás natural no Uruguai. Segundo o sindicato, a petrolífera brasileira “impediu acordos com o Poder Executivo e com os trabalhadores porque está apostando apenas em extrair do Uruguai 170 milhões de dólares através dos processos de arbitragem já conhecidos”.

Em entrevistas recentes à imprensa local, os dirigentes sindicais acusam a empresa de atuar de forma predatória, interessada apenas em lucros, sem responsabilidade social e impondo preços exorbitantes aos consumidores. Ainda segundo o sindicato, desde que a Petrobrás chegou ao país, o número de consumidores caiu de 45 mil para 38 mil e a empresa se recusa a discutir um plano de reestruturação do setor com os representantes dos trabalhadores e com o governo.

A Petrobrás, que tem a concessão da MontevideoGas por mais sete anos, chegou a solicitar em 2017 uma arbitragem internacional para tentar solucionar os conflitos em suas distribuidoras de gás no Uruguai.

[FUP,com informações de La Diaria e das agências internacionais de notícias]