Através de ligações e mensagens anônimas, trabalhadores relatam estar dormindo na cozinha e em alojamentos lotados, além de outras irregularidades
[Por Vítor Peruch, para o Sindipetro Unificado SP]
Trabalhadores da Bueno Engenharia, empresa que presta serviços para a Petrobrás Transporte S.A. (Transpetro), estão expostos a condições inadequadas de trabalho, de acordo com denúncias anônimas feitas ao Sindipetro-SP.
De acordo com os relatos, os trabalhadores estão expostos às condições irregulares em um canteiro de obras na região de Valinhos, interior do estado, e também dentro do terminal da Transpetro de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Entre as denúncias, estão os relatos de condições precárias de alojamento, com um alto número de trabalhadores apinhados em espaços pequenos, e também denúncia de não recebimento do adicional de periculosidade.
Este é o único contrato dentro do terminal da Transpetro que não paga os 30% de periculosidade, sendo que esses trabalhadores ficam dentro da área industrial, próximos a tanques, dutos e válvulas.
O sindicato realizou uma visita ao canteiro de obras em Valinhos, antes das denúncias e os trabalhadores não alegaram nenhum tipo de irregularidade. Entretanto, após a visita, várias denúncias de forma anônima, ao Sindipetro-SP por parte dos trabalhadores, através de ligações e mensagens no WhatsApp.
Segundo relatos, a Transpetro estaria descumprindo a norma regulatória vigente 24.7, que trata das condições de alojamento. Fotos mostram mais de 15 camas em um quarto e relatos dos trabalhadores indicam que eles possuem apenas um banheiro para mais de 12 trabalhadores, o que também é irregular.
Os denunciantes afirmam que os trabalhadores estão dormindo na cozinha ou salas por falta de espaço nos quartos. Além disso, há relatos de falta de limpeza no espaço.
Há, ainda, a denúncia de que vários trabalhadores residem em outros estados, mas foram coagidos a declararem que moram na região de Valinhos, para que não seja necessário o pagamento das remunerações referentes ao deslocamento.
Também surgiram diversas reclamações referentes ao valor do Vale-Refeição, que era irrisório, e de descumprimento do horário de trabalho. Os trabalhadores seriam obrigados a entrarem 30 minutos mais cedo, sem a remuneração devida.
Outra denúncia é de que alguns trabalhadores seriam obrigados a utilizarem o celular particular, ao invés do fornecido pela empresa, inclusive os técnicos de segurança.
O Sindicato enviou um ofício, no dia 13 de outubro, pedindo uma reunião com a Transpetro, que foi realizada nesta segunda-feira (7).
Na reunião, a Transpetro informou que já estava averiguando a denúncia do não pagamento dos 30% de periculosidade, por conta de uma denúncia feita via ouvidoria da empresa e terá uma resposta oficial até o dia 16 de novembro. Além disso, a terceirizada se comprometeu em apurar as denúncias feitas pelo Sindipetro-SP.
Entramos em contato com o sindicato legal dos trabalhadores, que afirmou estar ciente e tentado atuar na resolução dessas denúncias.