Em entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila, Michel Temer criticou a presidenta Dilma pelo que chamou de “falta de diálogo” para solicuinar a crise. Agora usurpando o poder, Temer faz exatamente o que acusava a presidenta. Em entrevista ao Piauí Hoje, o governador Wellington Dias disse que ele e outros 19 governadores do Nordeste, Norte e Centro-Oeste, tentaram, em vão, uma audiência com o presidente ilegítimo, mas bateram com a cara na porta do Palácio do Planalto. O máximo que conseguiram foi receber um recado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que disse que não só não haveria o encontro, mas que a União não tem como liberar os R$ 7 bilhões reclamados por esses estados para atender à população.
Além do Piauí, os governadores do Pará, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, entre outros, sofrem com a seca, a violência, a insegurança financeira que já comprometeu o pagamento de servidores, ativos e inativos, fornecedores. Dias confirmou que esses governadores decidiram que vão decretar estado de calamidade pública na próxima semana para conseguir os recursos.
“Vinte governadores Norte, Nordeste e Centro-Oeste… solicitamos uma agenda com o presidente Michel Temer e ficou que de, em 15 dias, ter uma posição para que haja uma compensação em relação à frustração de receitas, que são próprias para os Estados, não foram concretizadas, outras represadas, como as da Lei Kandir e outras receitas. Havia ali a necessidade de R$ 14 bilhões. Aceitamos trabalhar com uma margem menor de R$ 7 bilhões, a título de auxílio emergencial”, disse.
E completa: “Fomos recebidos pelo ministro (Henrique) Meirelles e o que transmitimos a ele, e que gostaríamos de transmitir diretamente ao presidente Michel Temer, é uma decisão já tomada por vários estados brasileiros, algo em torno de 14, 15 estados brasileiros, principalmente dessas três regiões, que diante da situação grave em que se vive, de colapso, onde tem problemas de seca, problemas da segurança, já não dando mais contas de alguns serviços essenciais, inclusive já com atraso de repasses para os poderes, de atraso na folha de aposentados e pensionistas, ou seja, já na linha de risco de crime de responsabilidade… qual a alternativa apresentada: decretar estado de calamidade”
O governador disse que com o estado de calamidade decretado pelos governos a consequência será “um ambiente muito ruim para o país”, mas enfatiza: “Saímos dessa reunião com uma posição do ministro de que não tem um proposta para socorrer os estados”.
Dia reforça que “não tem outra alternativa”. “E o ministro confirmou hoje que nós temos uma economia desabando num negativo de 7% aproximadamente, as receitas partilhadas com a União cai, como é o caso do meu estado, mesmo com as receitas próprias numa situação positiva, mas a receita da União caindo. E quem tem uma dependência maior de Fundo de Participação sofre mais. Por essa razão, a decretação de estado de calamidade”, destaca.
“O Brasil inteiro acompanha o que acontece com o Rio Grande do Norte, Sergipe, com vários estados. Nós estamos vivendo uma fase em que mais cai a receita anualmente. Novembro, dezembro… nós vamos ter outro desafio, que já é a parte do final do ano, com o 13º, mas são meses em que as receitas geralmente melhoram. Qual é o problema? Julho e agosto, por isso vários estados já entraram em grande colapso, setembro e outubro. Esse são os meses decisivos para estados que têm dependência do Fundo de Participação. Por isso que precisamos desse auxílio emergencial agora, imediatamente”, acrescentou.
VIA Portal Vermelho, com informações do Piauí Hoje