Acontece amanhã (dia 07/06), mais um leilão da Agência Nacional de Petróleo, ANP. Uma rodada de licitação de campos de petróleo em áreas do Pré-Sal brasileiro, a quarta no modelo de partilha da produção.
Com as mudanças regulatórias implementadas no setor pelo governo Temer, e a partir do fim da exigência da Petrobrás como operadora única dos campos do pré-sal, abriu-se oportunidade para maior atuação das empresas estrangeiras. Foi o resultado da 2ª e 3ª rodadas de leilões realizadas em 2017. Contexto diferente do ocorrido na 1ª Rodada de Licitação do pré-sal, em que o Estado brasileiro possuía maior capacidade de coordenação das atividades de petróleo e gás, e a Petrobrás assumia o papel central neste processo.
Desta vez estão em oferta 4 áreas, Itaimbezinho, Três Marias, Dois Irmãos e Uirapuru, nas bacias de Campos e Santos. Esses quatro campos abrangem uma área de 4.231 km² e estima-se, segundo ANP, um volume de reservas de petróleo de cerca de 14 bilhões de barris. A ANP espera arrecadar, como bônus mínimo de assinatura, o montante de R$ 3,2 bilhões. Assim, cada barril de petróleo custará R$0,23 e o percentual mínimo de excedente em óleo para a União ficou em 13,5%.
Há 16 empresas inscritas a participar, número recorde de interessados neste tipo de leilão e isso acontece por conta do grande volume de petróleo existente nos campos do pré-sal, os mesmos que o ex-presidente da Petrobrás, Pedro Parente, tanto desdenhou.
Está claro que a política estratégica do governo Temer é atrair empresas privadas para a exploração do petróleo do Pré-Sal, ele está dando a maior parte do óleo produzido para as operadoras vencedoras do leilão a um valor menor de pagamento de bônus de assinatura.
Para Simão Zanardi, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros, “o leilão, um crime contra a soberania do país, só acontece porque a política de estado continua sendo mantida pelo governo atual, e todos precisam saber que o que está sendo leiloado é uma reserva natural e por isso deve ficar para o povo brasileiro.”
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O pré-sal refere-se a uma das melhores áreas exploratórias do mundo, com as maiores descobertas offshore na última década. Um poço do pré-sal produz, em média, mais de 30.000 barris por dia de petróleo no início da vida. Em abril de 2018, sua produção já responde por 54,4% da produção total do Brasil. A título de exemplo, apenas um poço do pré-sal, no Campo de Mero (no modelo de partilha da produção) produziu neste mês média de 50 mil boe/dia. Este volume é maior do que produzido no Estado do Rio Grande do Norte, com mais de 1.300 poços (cerca de 47,7 mil boe/dia), e corresponde a duas vezes a produção de Sergpe, com cerca de 4.000 poços.
Dados do INEEP
[FUP]