A decisão foi tomada na noite de ontem (06). O trabalhador não compactua com as práticas que a empresa vem adotando durante o período de greve.
” Primeiramente gostaria de externar minha posição contra as atitudes que estão sendo praticadas no TABR durante a greve. Eu considero um desrespeito e não compactuo com a decisão de colocarem outro supervisor para assumir a liderança do Terminal, durante a minha escala de trabalho, pois mesmo se tratando de equipe de contingência, entendo que é minha responsabilidade a supervisão da jornada, ou seja, caberia a mim decidir sobre a delegação das posições de trabalho de acordo com a minha concepção de saúde e segurança operacional, para as quais não existe valor estimado que me façam permitir transgredi-las. Não serei coadjuvante e protagonista de atos inseguros, como por exemplo contar com operadores com mais de 12 horas de jornada que estão com sua capacidade de concentração visivelmente comprometida. Não vou trabalhar a todo custo, com uma equipe reduzida e com funcionários que não passaram por treinamento para operar o Terminal, ou combater principalmente qualquer sinistro, pois muitos que integram a equipe de contingência sequer tem curso de combate ao incêndio e vários operadores não são brigadistas, ficando a segurança do Terminal prejudicada. Essas são práticas inseguras que venho combatendo há muito tempo. Em junho desse ano, enviei e-mail, informando sobre a interrupção de carga de um navio GLP, em razão do subdimensionamento da minha equipe e mostrando quais as diretrizes da empresa estavam sendo feridas com a prática constante de se trabalhar com equipes reduzidas, inclusive com a ocorrência de acidentes. A resposta que tive da empresa foi de sucessivas tentativas de me convencer do contrário perante a força de trabalho. Essas tentativas foram interrompidas em 17 de julho, quando dois funcionários de uma empresa terceirizada morreram em nosso Terminal. Fui nomeado supervisor com a missão de utilizar a confiança que a mim foi concebida em benefício da empresa e assim o faço, com muito orgulho, mas o maior compromisso de um supervisor é com a saúde, a segurança e o bem estar de seus liderados. Valores que há muito tempo vem sendo transgredidos em nosso Terminal, tornando-se muito mais evidente agora no período de greve. Desta forma, coloco o cargo de supervisor que a mim foi confiado à disposição e ressalto que continuarei pronto para liderar novamente e atender à empresa quando for necessário, mas sempre o farei alinhado ás normas e procedimentos da companhia, garantindo sejam cumpridos.”
Esse é o conteúdo do e-mail enviado por Felipe Homero para o gerente setorial do TABR.
Fonte: Sindipetro-ES