Depois da notificação feita pelo Cesat à Refinaria na quinta (19), a SRTE, ex- DRT Bahia, interditou nesta sexta (20) a unidade 30 da Rlam, área onde foi constatado o vazamento do agente cancerígeno benzeno. Auditores do órgão passaram toda a tarde no local, primeiro em inspeção técnica, depois em reuniões com a gerência geral da Refinaria, que relutou em aceitar o auto de interdição da Unidade 30.
Os diretores do Sindipetro Bahia Edson Almeida e Dayvid Bacelar acompanharam os auditores na inspeção ao local e consideram uma vitória dos trabalhadores a decisão adotada pela SRTE ao interditar a Unidade 30, onde ocorreu o vazamento de benzeno, fato denunciado desde a última sexta (13), mas sempre negado pela direção da Rlam e Petrobras na Bahia.
Com a interdição, a Refinaria terá de drenar, limpar e esgotar toda a Unidade 30 de forma segura, sem que haja emissão para canaletas abertas ou carro a vácuo, uma reivindicação que tinha sido feita pelo movimento sindical, em defesa do meio ambiente e da vida dos trabalhadores. O Cesat, que também notificou a gerência geral da Refinaria, encaminha relatório ao Ministério Púbico do Trabalho (MPT). Segundo os dois órgãos, a Parada de Manutenção fica suspensa até que as atividades sejam feitas de forma segura e se elimine os riscos ao benzeno.
Pela manhã, a direção do Sindipetro Bahia tomou conhecimento de que a Petrobras censurou o site do sindicato, deixando os trabalhadores sem acesso ao portal, sob a justificativa de “necessidade corporativa”. Na verdade, os fatos denunciados desde o começo do vazamento do benzeno na Rlam passaram a incomodar a direção da estatal, que ao invés de não brigar com os fatos e resolver os graves problemas, recorreu ao que já se considerava enterrado no país: a censura.