Sou brasileiro, das Minas Gerais, filho de agricultores, sem terra, que migraram para a cidade do Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor, como operários. Como resultados da venda de sua mão de obra deram para seus filhos o que não tiveram: educação.
Estudei em escola pública, depois fui para um seminário da Igreja Católica, estudar o segundo grau. Em contato com o povo, reconheci a pobreza dos trabalhadores brasileiros e fui adquirindo consciência de classe. Fiz o bacharelato em Filosofia na UFRJ. Refleti com grandes pensadores a possibilidade do movimento, da utopia do Estado, as interpretações da história e suas visões de mundo.
Lutei e luto pela libertação da classe trabalhadora refém da mais valia e da propriedade privada. Desprovida do conhecimento da história e seu processo dialético.
Na Pastoral da Terra conheci a realidade dos agricultores sem terra. Participei da Comissão Pastoral ao lado dos metodistas, tendo como exemplo Dom Pedro Casaldaglia. Contra o trabalho escravo no campo via a figura do Padre Ricardo Resende, que me viu nascer num seminário na sua juventude. Com Gerd Bornheim conheci o conceito da dialética e estudei os filósofos Pré-Socráticos.
Formei-me como professor de filosofia e fui vender o meu saber. Devido ao baixo valor dado ao conhecimento pelos empresários, fiz muita greve. Em defesa de um país soberano e da ascensão da Classe Trabalhadora me organizei. Trabalhei no Projeto de Alfabetização da Baixada Fluminense, onde conheci Paulo Freire e a Pedagogia do Oprimido. Lutei pela redemocratização do país como parte da Classe Trabalhadora.
Criamos a Central Única dos Trabalhadores como instrumento de luta para disputar a posição com os empresários capitalistas. Muitas greves.
Criamos o Partido dos Trabalhadores para disputar o controle do Estado Brasileiro, para implantar um novo modelo de governo.
Construímos o fim da ditadura militar e voltamos agora a situação pré-golpe. Em 1964, o jornal O Globo pregava que o Brasil era uma República de Sindicalista, que o Presidente da República João Goulart era comunista e que o Congresso Brasileiro era um antro de corrupção.
Os capitalistas conspiravam um golpe contra a Classe Trabalhadora e sua soberania. Agora novamente o jornal O Globo atacam a Classe Trabalhadora em defesa dos capitalistas que querem o petróleo dos brasileiros. Recurso Natural que pertence ao povo e pode ser um grande instrumento para concretizar a possibilidade de um novo Brasil. Com mais escolas, moradia, desenvolvimento social e geração de emprego e renda.
Atacam trabalhadores da Petrobras, todos concursados, que hoje são gerentes. Atacam a organização dos trabalhadores, em seus sindicatos. Atacam os sindicalistas. Atacam os Petroleiros, os Sem Terras, os Estudantes. Atacam a Classe Trabalhadora. Atacam um projeto de uma Petrobras do povo brasileiro e do petróleo como instrumento de desenvolvimento social.