Só a luta vai nos garantir

 

No Brasil, a privatização está no centro do debate econômico desde a década de 90, e é desde essa época que a Federação Única dos Petroleiros mostra aos brasileiros e mais precisamente à categoria petroleira o quanto, defender qualquer tipo de venda da Petrobras é o mesmo que dar um tiro no pé.

Mas a comodidade do pensamento imediatista faz com que a grande maioria da sociedade e da categoria não se pergunte o que vai acontecer se este governo conseguir privatizar a maior empresa brasileira, o que imediatamente deveria levar a uma outra pergunta. O que vai o governo fazer com o dinheiro da venda? Afinal, o que justifica esse obsessivo objetivo arrecadatório e tamanha urgência na venda de empresas estatais?

A desestatização do sistema Petrobras, que tem agora mais da metade das refinarias brasileiras ameaçadas, é de responsabilidade de todos os brasileiros, mas principalmente da categoria petroleira, que conhece a empresa onde trabalha, que sabe da sua importância e tem plena consciência de que, o que está acontecendo não se trata de uma simples mudança de placa na porta de entrada com um aviso, sob nova direção. O que está acontecendo é sério e os petroleiros serão responsabilizados no futuro se não conseguirem garantir a soberania nacional, que durante tantos anos lhes foi e ainda é delegada.

Talvez seja agora a oportunidade de toda a categoria petroleira poder responder à sociedade, que sempre a considerou privilegiada, qual é o seu valor.

Assim, este chamado não tem somente o objetivo de apontar as fragilidades da política de privatizar para reequilibrar balanços fiscais. Nem tampouco demonstrar como outras experiências nacionais e internacionais com privatizações não resultaram na tão propagandeada melhoria na qualidade dos serviços públicos.

O chamado da FUP a todos os petroleiros do Brasil tem um propósito de alertar que, chegou o momento de mostrar seu valor, chegou a hora de defender a soberania nacional junto com pautas tão importantes quanto a garantia da educação. Uma educação pública de qualidade é fundamental para tentar reduzir as desigualdades, e isso também é dever de uma empresa estatal e de todos que para ela trabalham.

[FUP]