Auditores Fiscais do Trabalho interditam PCH-2, na Bacia de Campos…
Imprensa da FUP
Na última semana, a falta de responsabilidade da Petrobrás com a vida dos petroleiros foi, mais uma vez, evidenciada. Através do relato dos petroleiros da plataforma Cherne 2, o Sindipetro NF tomou conhecimento das péssimas condições de trabalho e do estrago causado pelo incêndio ocorrido na unidade, no dia 19 de janeiro.
De acordo com as informações, apesar da gravidade da situação, a Petrobrás tratou o incêndio como incidente, não chamou o sindicato para compor a comissão de apuração do acidente, e ainda “maquiou” o local do incêndio, para que a inspeção da Marinha não interditasse a unidade.
Diante do total desrespeito a vida dos residentes da PCH-2, os petroleiros da unidade realizaram uma assembléia entre eles, e logo após, enviaram ao Sindipetro NF um documento com registros de toda a situação. Os petroleiros também relataram que a gerência da plataforma insistiu que o documento fosse mostrado primeiro à empresa, e somente depois disso, enviado ao sindicato. Apesar da coação, os trabalhadores agiram de forma corajosa, cientes de que estavam exercendo um direito à livre organização sindical e comunica, e mesmo assim, enviaram o documento ao sindicato.
Após o recebimento da carta, todo o relato dos trabalhadores foi protocolado pelo Sindipetro NF e em órgão fiscalizadores, que iniciaram a devida inspeção e interditaram a plataforma.
A interdição foi feita por auditores fiscais da SRTE (Superinterintendência Regional do Trabalho), com o acompanhamento do Sindipetro NF, porém, a Petrobrás divulgou nota afirmando que teria iniciado o procedimento de parada da plataforma, sem que esta medida fosse solicitada pelo sindicato.
Como se não bastasse, as contradições não param por ai. O Sindipetro NF recebeu informações que de não há nenhuma providência sendo tomada para cumprir a decisão do Ministério do Trabalho, e parece que a empresa ainda aguarda decisão judicial, como fez na interdição da P-33, em agosto de 2010. O sindicato também afirmou que não entende porque a Petrobrás ainda se mostra surpresa diante as precárias condições de segurança que trabalham os petroleiros embarcados em plataformas da Bacia de Campos, já que há três anos, a empresa é alertada sobre todos os problemas das unidades.
A FUP e o Sindipetro NF esperam que esta situação seja solucionada , sem maiores problemas, que muitas vezes ferem ou tiram a vida de trabalhadores. Os representantes da Federação e de todos os sindicatos também parabenizam a unidade dos petroleiros da PCH-2, fato que só enriquece a organização sindical, e um faz a empresa entender que os trabalhadores do Sistema Petrobrás não abrem mão dos seus direitos, e que nem através de coação ou assédio moral, a luta por condições seguras de trabalho vai esmorecer.
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O Sindipetro NF também recebeu longo relato sobre condições precárias de segurança nas plataformas PVM-1, PVM-2 e PVM3. O sindicato irá proceder da mesma forma como com as outras plataformas, ou seja, registrando os relatos nos órgãos fiscalizadores, e mantendo os trabalhadores informados sobre todas as inspeções.
No último dia 6, um vazamento de gás na P-50 provocou o fechamento dos poços ligados à unidade. De acordo com a empresa, não houve feridos e o vazamento foi controlado. O sindicato está em contato com os trabalhadores para conhecer a versão dos petroleiros sobre o caso. A entidade indicou na terça, 8, um diretor para compor comissão de apuração e solicitou calendário de reuniões.