O Sindicato dos Petroleiros da Bahia considerou positiva a visita técnica da Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz) à RLAM, na quarta (21) e os debates ocorridos na Fundação de Saúde dos Trabalhadores, dias 22 e 23 (quinta e sexta 23). Os membros da Comissão, à frente o representante do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Luís Sérgio Brandão, e da CUTCNQ, FUP, Itamar Sanches, ficaram perplexos com a degradação da infraestrutura da Refinaria e dos riscos a que estão expostos os trabalhadores ao benzeno, comprovadamente cancerígeno.
Segundo o dirigente do sindicato Deyvyd Bacelar (SMS da RLAM) o dado negativo da visita foi a imprensa não ter acesso ao local das denúncias. A mídia teve o trabalho obstruído e ao ser procurado, o representante do Ministério do Trabalho ligou para o ministro pedindo orientação; a determinação então foi a de centralizar toda e qualquer informação em Brasília, o que foi entendido como uma forma de censura aos fatos ou de se criar dificuldades à informação.
A direção do sindicato mostrou um dossiê com a contaminação por benzeno na unidade da Petrobras e a lista de trabalhadores com doença ocupacional, maioria câncer. A Petrobras adotou o silêncio como resposta à situação denunciada pelas entidades que combatem o benzeno.
A maioria dos membros da CNPBz deixou Salvador avaliando que a RLAM “é um paciente terminal, mas com direito a UTI”. Para Edson Almeida, diretor do Sindipetro Bahia, a Comissão, através do consenso entre governo, patronato e centrais sindicais, decidiu pela elaboração e execução imediata de um plano de ação para sanar as irregularidades constatadas in loco, com acompanhamento do sindicato, GTB, CEBZ-Bahia e Comissão Local de SMS da RLAM.
O depoimento de Everaldo Lemos, petroleiro que faz parte da CIPASMS da Refinaria, apontou uma realidade desconhecida da sociedade, comovendo um auditório lotado. “Não me sinto seguro em trabalhar na maior empresa da América Latina e terceira do mundo. O que está em jogo todos os dias aqui são vidas humanas absurdamente negligenciadas. O descaso, a negligência e omissão ficaram evidentes aos auditores fiscais do trabalho, diretores do Inss, Cesat, Fundacentro, sindicatos e federações presentes”, disse Everaldo.