Sindiquímica-PR distribui 1,5 tonelada de feijão em Araucária em ato contra fechamento da Fafen-PR

 

Os dirigentes do Sindiquímica-PR foram até a Praça Vicente Machado, no centro de Araucária, para fazer uma ação diferente. Na oportunidade, os petroquímicos distribuíram um quilo de feijão para cada cidadão que passava pela região central da cidade. Aproveitaram também para informar a sociedade sobre os impactos das demissões em massa na Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR).

Durante as conversas, os dirigentes sindicais, que “pintaram” o verde da Vicente Machado com o laranja de luta da categoria, foram bem recepcionados pelas pessoas que paravam para ouvir os informes.

Para o diretor do sindicato, Santiago da Silva Santos, o objetivo da ação foi alertar as pessoas sobre as demissões em massa e o fechamento da fábrica de fertilizantes. “Foi uma ação diferente. Fica o alerta para a população de Araucária e os políticos de da cidade”, disse.

Para Santiago, todos perdem com a desindustrialização da região, com exceção dos acionistas estrangeiros da Petrobras: “eles, a atual gestão da companhia, alegam prejuízo, porém, sabemos que se trata de uma manobra contábil. Na verdade, a decisão do fechamento é política”.

1º de fevereiro: Greve Nacional

Durante as conversas, os dirigentes do Sindiquímica-PR convocaram a sociedade para participar do ato oficial de início da Greve Nacional dos Petroleiros, que começa em 1º de fevereiro na Fafen-PR, em Araucária.

Neste dia, também serão distribuídos uma tonelada e meia de feijão aos cidadãos. Para os dirigentes do Sindiquímica-PR, a luta é de todos, já que com o fechamento da unidade haverá forte impacto no comércio local, que pode perder até R$ 8,5 milhões de massa salarial dos trabalhadores.

Desindustrialização

No Paraná, a desindustrialização está acelerada. A Fafen-PR pode fechar, a Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, também está no radar de vendas de unidades da Petrobras, assim como a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar).

Nesse sentido, Santiago também apontou que “a greve que começa em 1º de fevereiro é pela sobrevivência do Sistema Petrobrás. O Brasil está sendo desindustrializado”.

Trabalhadores na mira dos jagunços da Petrobras

Os dirigentes do sindicato dos petroquímicos já demonstraram publicamente preocupação com a situação na Fafen-PR. A Petrobras já levou seis jagunços armados para a porta do MPT, na última sexta-feira, 24, numa tentativa de intimidar o sindicato, e, hoje, eles estão em frente ao relógio ponto dentro da unidade.

Enquanto isso, a importação de fertilizantes aumenta

Em 2019 a Petrobras isentou grande parte dos fertilizantes importados. O que reforça a tese de que o fechamento das fábricas de fertilizantes nitrogenados é política.

O resultado do desinvestimento nacional foi o recorde de importações desses insumos, que atingiu 31 milhões de toneladas, uma evolução de 5% em relação às do ano anterior.

Os principais fornecedores de fertilizantes para o Brasil foram Rússia, Canadá, China e Marrocos.

Cronograma dos petroquímicos

O 29 de janeiro da categoria foi intenso. Pela manhã, aconteceu o ato na Praça Vicente Machado, em Araucária. Já no início da tarde, os trabalhadores se dirigiram a Câmara Municipal de Vereadores para protestar diante da tentativa dos parlamentares da cidade de aumentar os próprios salários.

Ou seja, enquanto trabalhadores são demitidos em massa, a economia local sofre com desindustrialização, a sociedade é impactada e os representantes do legislativo tentam melhorar seus próprios rendimentos.

Diante disso, os dirigentes fizeram uma fala no Legislativo alertando para essas contradições e exigindo mais ações dos políticos diante da desindustrialização da região.

Depois, os petroquímicos retornaram para a ocupação em frente à Fafen-PR. A mobilização por lá entra no nono dia consecutivo.

Os trabalhadores da Fafen-PR resistem porque, nas palavras de ordem da própria categoria, defender a Fafen é defender a Petrobras e defender a Petrobras é defender o Brasil.

[Via Sindiquímica-PR]