Sindipetro Unificado de SP relata denúncias e MP determina fiscalização na Recap

Por determinação do Ministério Público (MP), auditores do trabalho e o diretor do Unificado Juliano Deptula realizaram, na tarde de ontem (10), uma inspeção nas dependências da Recap, em Mauá. O grupo fiscalizou as condições das instalações e da equipe de contingência e estipulou prazo até sexta-feira, dia 13, para que a empresa apresente documentos referentes às áreas averiguadas.

A inspeção foi exigida pela Procuradora do Trabalho, Andrea da Rocha Carvalho Gondim, diante das denúncias apresentadas pelo Sindicato e da atitude da Petrobrás, que não compareceu à audiência de mediação no MP, realizada segunda-feira passada. A procuradora encaminhou um ofício à Gerência Regional do Trabalho e Emprego, Ministério do Trabalho e Emprego, exigindo a fiscalização no prazo de 24 horas, na Refinaria de Capuava, com acompanhamento de membro da diretoria do Sindicato.   

Segundo Deptula, o Sindicato recebeu várias denúncias relacionadas à segurança, o que tem causado muita preocupação, e há dias vem tentando obter, sem sucesso, um canal de comunicação com a refinaria. “Depois de muitas tentativas, a empresa agendou uma reunião com o Sindicato para sábado (07), mas cancelou nosso encontro poucos minutos antes do horário marcado”, destacou.

Dois dias depois, a empresa não apareceu na audiência de conciliação, o que acabou gerando a ordem de fiscalização. “O pessoal andou por toda refinaria, checou a situação dos trabalhadores, fez questionamentos e solicitou documentos para análise, que devem ser entregues até sexta-feira, quando, finalmente, poderá ser emitido o parecer”, afirmou Deptula.

Insegurança

O dirigente lembra que a unidade de HDT da Recap sofreu, no dia 3, uma parada de emergência, ocasionada pela corrosão em uma linha de aço inox do reator. O Sindicato recebeu a informação de que o incidente provocou vazamento de uma mistura tóxica e com alto risco de incêndio e explosão. A unidade teve que ser retirada para manutenção.

No sábado (07), o HDT voltou a operar e, no dia seguinte, parou novamente de funcionar com o mesmo problema.

“A situação é extremamente grave e preocupante, pois não sabemos quais são as condições de segurança dentro da refinaria. Há um risco eminente de haver um acidente em proporções ainda maiores do que o ocorrido na Brasken, há cerca de um mês, no Polo Petroquímico de Capuava. É a vida do trabalhador que, mais uma vez, está em jogo”, lamentou.

Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo