Com duração de pouco mais de um mês, atos nas três refinarias da Petrobrás no estado de São Paulo motivaram bases de outras regiões e interromperam, temporariamente, o processo de terceirização na estatal
[Da imprensa do Sindipetro Unificado SP | Foto: Roosevelt Cássio]
Na luta contra a terceirização no Sistema Petrobrás no estado de São Paulo, os sindicatos de petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP), São José dos Campos e Região (Sindipetro-SJC e Região) e Unificado de São Paulo (Sindipetro-SP) se uniram para reivindicar o fim das contratações precarizadas pela empresa.
Em pouco mais de um mês, a mobilização conjunta das três entidades foi capaz de estimular diversos petroleiros, inclusive em outros estados, como Bahia, Minas Gerais e Paraná.
A iniciativa começou a partir de uma licitação divulgada pela Petrobrás que terceirizava serviços nos setores de água e detritos de seis refinarias, dentre elas a Refinaria de Paulínia (Replan) e a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão. O processo, apresentado em julho, transferia à iniciativa privada 109 vagas nas unidades de São Paulo.
Frente ao sucateamento, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) se uniu à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) na defesa dos interesses comuns da categoria.
Após a realização de assembleias nas quatro refinarias de São Paulo, incluindo as que não entraram na licitação, como a Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá, e a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, a caravana continuou em Minas Gerais, em parceria com o Sindipetro-MG.
“Agora completamos cinco unidades, com a assembleia realizada no fim de setembro na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais. Isso mostra que a categoria petroleira está vendo essa mobilização que tivemos com bons olhos, porque agora temos uma luta menos localizada e mais globalizada”, explica Costa.
Como ficou o processo aberto pela licitação?
As manifestações dos trabalhadores fez a empresa recuar, mas ainda sem nenhuma garantia formal. “Por conversa, suspenderam temporariamente as terceirizações, mas, como sabemos que nessa gestão muito do que é dito não é cumprido, não podemos confiar”, opina Costa.
De acordo com o sindicalista, após verificações nos sistemas da Replan e da RPBC, foi constatado que mesmo após o recuo informal da estatal, o processo de terceirização dos setores continua ativo no sistema das unidades.