Na manhã desta sexta-feira, 31, as bases dos Sindicatos filiados à FUP amanheceram com mais um ato contra o golpe que está sendo dado nos direitos dos trabalhadores.
No Ceará, a diretoria alertou sobre a inconstitucionalidade do Plano de Cargos e Remuneração, criado unilateralmente pela Petrobrás, sem debate com as entidades representantes dos trabalhadores.
“A força do nosso acordo coletivo reside na unidade da classe trabalhadora. A partir do momento que estamos sob ataque, terceirização irrestrita e acordos individuais sendo fechados, o nosso ACT fica cada vez mais frágil”, afirmou Douglas Uchoa, secretário-geral do Sindipetro CE/PI.
Douglas explicou ainda que, a medida em que vão se fazendo acordos individuais, fica menos vantajoso trabalhar na Petrobrás e mais parecido com a iniciativa privada. “No governo FHC, o acordo coletivo foi jogado no lixo e em 2019 pretendem fazer a mesma coisa com o PCR. Está se desenhando um cenário onde a categoria fica cada vez mais frágil. Se formos fechando acordos individuais, enfraquecemos nossa capacidade de luta em defesa da Petrobrás e assim eles a vendem. Como a Petrobrás vai manter a gente num emprego desses se poderão terceirizar? Se a gente começar a se ater a coisas pequenas, seremos destruídos enquanto categoria”, finalizou.
Já sobre a PR, a Araucária Nitrogenados recebeu a PLR de 2013. Em 2014 houve lucro na unidade, mas os trabalhadores foram informados que não receberiam PLR, por fazer parte do sistema Petrobrás, que não tinha dado lucro. Agora, em 2018, a Petrobrás afirma que ela não faz mais parte do sistema Petrobrás, embora não tenha sido vendida.
Para o presidente do Sindipetro CE/PI, Jorge Oliveira, a categoria deve pressionar suas respectivas chefias para que a Petrobrás cumpra o ACT e pague a todos os petroleiros. “A Petrobrás induz a divisão dos trabalhadores, para que a PLR seja individualizada entre as unidades, ou seja, é a Araucária agora, amanhã tiram da Transpetro, depois das unidades sem lucro”, esclareceu.
Sobre pedido de assembleias, Jorge explicou que não há necessidade para se aceitar a PR, pois está regrado, com valor definido. Questionado sobre entrar com ação judicial para o pagamento, foi esclarecido que é o que a ‘Petrobrás quer’, pois judicializar engessaria de vez o processo.
[Via Sindipetro-CE/PI]