Sindipetro-BA
O técnico de operação da Petrobrás, Enivaldo Santos Souza, faleceu na tarde de quinta (18), no Hospital Sírio Libanez, em São Paulo após lutar durante meses contra a leucemia mielóide aguda. O Sindipetro Bahia afirma que o trabalhador adquiriu a doença após anos de exposição ao benzeno em uma das unidades mais contaminadas da Refinaria Landulfho Alves, a U-30/31, que chegou, inclusive, a ser duas vezes interditada pelos órgãos fiscalizadores da Bahia. Esta unidade produz Normal-Parafina e querosene de aviação.
Em protesto à morte do trabalhador o Sindipetro Bahia realiza desde às 6h da manhã de hoje (19) uma mobilização em frente à Rlam, em Candeias. Revoltados, os trabalhadores da unidade, diretos e terceirizados, aderiram ao movimento. Todos retornaram às suas residências. Ninguém entrou para trabalhar. Diretores do Sindipetro Bahia permanecem no local. À tarde o corpo de Enivaldo será enterrado em Salvador no Cemitério da Quinta dos Lagos, na Terceira Ordem, às 15h.
Enivaldo trabalhava há 25 anos na Petrobrás e tinha 48 anos de idade. A doença foi detectada há 11 meses. O Sindipetro Bahia acusa as gerências da Petrobrás de descaso com a saúde do trabalhador e chama a atenção para o fato destas gerências alegarem que não há contaminação por benzeno nas unidades da empresa e tentarem, a todo custo, impor limites de tolerância à substância, enquanto mais um trabalhador perde a vida após lutar durante meses contra a leucemia mielóide aguda.
Em todo o Sistema Petrobrás estão surgindo novos casos de alterações hematológicas e, mesmo assim, a empresa continua agindo de forma negligente e até mesmo negando a existência de petroleiros contaminados. Para o Sindipetro torna-se cada vez mais urgente que a categoria se conscientize sobre os riscos da exposição ao agente toxicológico e se organize para cobrar da empresa o cumprimento do Acordo Nacional do Benzeno.