Seguindo exemplo dos trabalhadores de PNA-1 e 2, os petroleiros da plataforma de Carapeba 1/3 também relataram problemas da unidade em manifesto enviado ao sindicato…
Ao Sindipetro-NF
Bacia de Campos, março de 2011
Carta aos petroleiros.
Nós, residentes das plataformas de Carapeba 1/3, estamos utilizando esta ferramenta democrática em apoio aos trabalhadores das plataformas de PNA-1, 2 e confirmando as palavras dos companheiros das unidades de PVM1, 2 e 3, pois também tivemos o desprazer de ser “gerenciados” pelo mesmo indivíduo. Os problemas foram os mesmos: perseguição, assédio, ameaças e cortes irresponsáveis em nossos direitos e postos de trabalho.
A gerência supracitada passou, mas sofremos até hoje os efeitos deste modelo de gestão; trabalhadores contratados demitidos e companheiros de empresa transferidos à revalia; descaso com a integridade e condições de segurança e habilidade, degradação das condições de trabalho. Hoje tentamos nos reerguer com espírito de equipe, comprometimento e perseverança.
Principais problemas de Carapeba 1/3
Redução do efetivo que compunha a equipe de manutenção: corte de técnicos de várias áreas, adoção do artifício do “ajudante de manutenção”, dissolução da equipe de pintura e a fusão do posto de trabalho do planejamento integrado com planejamento de manutenção, obrigando os profissionais que executam estas tarefas a cumprirem uma jornada que só tem hora para iniciar, sem horário de almoço, inclusive. E para tentar adequar a demanda ao efetivo foram cogitadas alterações no plano de manutenção a fim de reduzir o não cumprimento dos índices.
Extinção do posto de recepcionista e do operador de rádio noturno. Atualmente as tarefas que demandavam três pessoas são cumpridas apenas uma. Ao fim da jornada deste, a sala permanece desguarnecida e trancada. Em caso de sinistro após às 19h, o profissional de prontidão está a bordo de outra unidade a 3km de distância.
Redução de recursos de informática na unidade, gerando acúmulo dos trabalhos e dificuldade de uso dos mesmos, uma vez que há micros compartilhados para até três trabalhadores.
Redução covarde do quadro de pessoal da hotelaria, causando sobrecarga de trabalho aos remanescentes, queda da qualidade de alimentação servida na unidade, queda da qualidade da higiene dos ambientes coletivos. Todos esses desmandos refletiram no ISE (o mais baixo de 2009) sem que nenhuma providência fosse tomada.
Anel de incêncio, queimador e linhas de combate a incêncio com CO-2, com diversos pontos remendados (bacalhau) e elevado grau de corrosão comprometendo a segurança operacional.
Redução do espaço físico do vestuário, gerando caos em uma situação de emergência ou simulado;
Problemas na composição das fainas de emergência, uma vez que existam muitos trabalhadores, com cursos normativos vencidos há anos e treinamentos suspensos devido à grande e genial política de corte de custos, ignorando as premissas sociais que pregam: treinamentos devem ser considerados como “INVESTIMENTO” e não como “CUSTO”.
O sistema de automação atual vem acumulando falhas e gerando e gerando inconfiabilidade, e frequentes perdas de comunicação entre a sala de Controle Remota-SCR e a Sala de Controle Local.
As tão exaltadas Sala de Controle Remoto das unidades PCP’s 1/2/3 e PVM’s 1/2/3 não são nem mesmo salas de verdade, não passam de um corredor no qual foram instaladas divisórias e equipamentos eletrônicos a toque de caixa para que o gerente anterior pudesse fazer o marketing pessoal junto à alta administração e nada mais do que isso.
A quadra de esportes foi desativada após obra de estrutura no heliponto, há mais de três anos. Hoje é ocupada para estoque de água mineral, cadeiras, armários e outros materiais, fazendo o papel inclusive de vestiário (fruto de outro capricho da supracitada gerência).
Sucateamento da já precária academia e extinção do profissional de educação física, deixando a força de trabalho sem orientação nos exercícios.
Finalizamos essa carta, solidários aos amigos das Namorados, desejando boa sorte e perseverança.
Força de trabalho de Carapeba 1/3
