O Sindipetro-NF participou, no último sábado, de um dia de atividades que parcaram a passagem dos dois anos do acampamento Cícero Guedes, nas terras antiga usina Cambaíba, em Campos dos Goytacazes. A entidade foi representada pelo coordenador geral, Tezeu Bezerra, e pelo diretor Luiz Carlos Mendonça (Meio Quilo). Várias lideranças dos movimentos sociais e de instituições também enviaram representações.
A perspectiva é a de que, em breve, o acampamento se torne um assentamento, com as terras destinadas às famílias que lutam na região. Além de destinação à Reforma Agrária, o local tem importância histórica em razão de ter sido cenário de crimes da Ditadura Militar do pós-1964, de acordo com denúncias do ex-delegado do Dops, Cláudio Guerra, recentemente condenado pela Justiça por ocultação de cadáveres nos fornos da usina.
O acampamento Cícero Guedes foi feito em 24 de junho de 2021, próximo ao acampamento anterior, Luiz Maranhão — onde o líder Cícero Guedes foi assassinado. Logo após a ocupação houve a imissão de posse, concedida pela Justiça Federal ao Incra para fins de Reforma Agrária. Há mais de duas décadas o MST luta pelas terras nesta localidade, que envolvem as antigas fazendas três fazendas Saquarema, Flora e Cambaíba.
“O Acampamento Cícero Guedes é resultado da organização coletiva das famílias que se organizam em núcleos de bases e seus setores, com mais de 300 famílias que construíram seus barracos, uma cozinha coletiva que oferece quatro refeições diárias, com café da manhã, almoço, janta e lanches reforçados, uma farmácia coletiva garante proteção e cuidados a todas pessoas e assegura os protocolos necessários para a prevenção da transmissão do coronavírus promovendo o uso de máscaras e álcool em gel, também o setor de produção avança na implementação da horta coletiva com mudas de hortaliças agroecológicas e com um coletivo que trabalha todos os dias na sua manutenção e irrigação. A juventude do acampamento construiu uma quadra de futebol onde já teve o primeiro campeonato de futebol Cícero Guedes onde os jovens levantaram a taça!”, registrou à época o MST.
As atividades no acampamento Cícero Guedes também foram uma forma de reforçar o apoio da sociedade ao MST, neste momento em que uma CPI no Congresso Nacional torna-se palco para que a extrema-direita promova perseguição e desinformação sobre o movimento. “Hoje foi dia de manifestar todo o apoiar ao MST. Somos parceiros antigos e estamos juntos para mostrar a sociedade a importância da reforma agrária no nosso país. Em Campos dos Goitacazes vários representantes de universidades e sociedade de modo geral estiveram no ato de apoio que aconteceu no acampamento Cícero Guedes”, registrou o Sindipetro-NF nas redes sociais da entidade.
[Da imprensa do Sindipetro NF/Fotos: Luciana Fonseca ]