Diretores do Sindipetro-NF e estudantes que fazem parte da Frente Macaense de Luta realizaram ontem nos portões da base de Imbetiba um escracho do presidente da Petrobrás Pedro Parente. Ele veio à Macaé para comemorar os 40 anos da Bacia de Campos, mas acabou sendo impedido de falar por muito tempo.
“Viemos mostrar nosso repúdio à visita de Pedro Parente que foi trazido para cá através de um golpista. Parente não merece estar comemorando os 40 anos da Bacia de Campos, porque se dependesse dele e de sua ideologia não estaríamos completando esse tempo de existência. Queremos dizer que ele não é bem vindo aqui, não representa a categoria petroleira e nem a Petrobrás” – comentou a Diretora do Sindipetro-NF, Rosangela Buzanelli
A empresa havia preparado uma recepção para Parente dentro da principal base em Macaé. Sabendo disso, os militantes se posicionaram no conhecido “Portão da Vergonha” bem perto de onde montaram o palco da atividade.
Mal o presidente começou a falar do lado de dentro que o som do sindicato foi ligado. Diretores do NF e estudantes utilizaram o microfone para denunciar a política entreguista do atual presidente da Petrobras, que colocou a venda 14 plataformas da Bacia de Campos e está entregando a maior empresa nacional ao mercado estrangeiro.
“Falei para o Parente explicar aos trabalhadores como iriam preparar um futuro melhor para seus filhos se ele estava destruindo a maior empresa de petróleo da América Latina. Se o governo que ele representa acabou com o concurso público e criou o emprego intermitente” – explicou o diretor Antônio Carlos Bahia.
Quem estava assistindo a atividade do lado de dentro disse que Parente não chegou a falar 10 minutos. O som da Frente Macaense de Luta abafou sua voz. O Diretor do NF Alessandro Trindade também comentou o porque do escracho. “Estivemos lá em defesa da soberania nacional e de uma Petrobrás 100% Pública” – disse Trindade.
A atividade
Os militantes chegaram por volta das 7h30 e colocaram faixas na frente da empresa na Praia Campista com os dizeres “Pedro que mente, o entreguista da Soberania Nacional. Nosso petróleo não é mercadoria” e distribuíram panfletos denunciavam à população que é o presidente da Petrobrás. Segundo o diretor Benes Júnior, a categoria foi bem receptiva.
A Polícia Militar chegou a ser chamada pela empresa. Questionaram os diretores em relação a atividade, mas depois que foram informados que seria um ato pacífico ficaram observando a movimentação que terminou por volta das 12h.
Veja abaixo o conteúdo do panfleto distribuído ontem:
ESSE PARENTE NÃO É BEM VINDO
O Sindipetro-NF repudia a visita do atual presidente da Petrobrás, Pedro Parente, às bases da empresa em comemoração ao 40 anos da Bacia de Campos. O entreguista Parente está mutilando nossa empresa e se dependesse apenas dele, a empresa já teria sido totalmente privatizada. O seu DNA é privatista, então como podemos aceitar a sua presença em um local que ele não valoriza!
No dia 28 de julho, Parente colocou a venda de 14 plataformas no Norte Fluminense, unidades que fazem parte de um conjunto de 74 áreas de exploração e produção anunciadas para venda pela companhia em todo o País.
É ele o responsável pela precarização das relações de trabalho, atacando direitos conquistados há anos pela categoria petroleira e reduzindo o valor dos salários dos terceirizados em mais de 50% do que recebiam.
Denúncia da FUP
Parente é alvo de denúncia da FUP (Federação Única dos Petroleiros) na Procuradoria da República. Uma representação pelo seu impedimento foi protocolada no órgão em junho deste ano. O documento lista medidas tomadas pelo presidente contra a nação e demonstra a existência de conflito de interesses, já que Parente é sócio fundador da Prada Consultoria — um grupo de gestão financeira e empresarial que é presidido por sua esposa, especializado em maximizar os lucros de milionários brasileiros com relações diretas com a Petrobrás.
A promiscuidade da gestão da empresa com o mercado financeiro também foi denunciada pela FUP em relação a outro privatista, o diretor de governança e conformidade da companhia, João Elek, que depois de ser afastado por ter sido denunciado à Comissão de Ética Pública da Presidência da República, foi reconduzido à função pelo Conselho de Administração controlado pela atual gestão. Ele contratou sem licitação, por R$ 25 milhões, a consultoria financeira Deloitte, empresa onde sua filha passava por processo de seleção.
Para o Sindipetro-NF, Pedro Parente é um lacaio do governo MiShell Temer que fez acordo com a Shell para a venda do nosso pré-sal e acabou com a política de Conteúdo Local, que tem gerado milhões de desempregados e beneficiado a industria naval internacional, por isso deveria ter vergonha de pisar nas bases da empresa que é do povo brasileiro.
Fonte: Sindipetro-NF