Vazamento em plataforma que Petrobrás vendeu para a Trident Energy confirma que privatização coloca em risco a segurança e o meio ambiente

O vazamento na plataforma de Enchova, que foi vendida pela Petrobrás para a Trident Energy, é o segundo acidente do tipo envolvendo em menos de um mês, o que comprova as péssimas condições de operação e trabalho implantadas pela empresa. Em 17 de janeiro, houve vazamento também na plataforma P-65, no campo de Pampo, também adquirido pela Trident da Petrobrás.

[Comunicado da FUP à imprensa]

O vazamento de água oleosa da Plataforma Central de Enchova 1 (PCE-1), da Trident Energy, na Bacia de Campos, ocorrido nessa quinta (11/2), é mais um fato que confirma a precarização das operações, da segurança e das condições de trabalho, bem como o aumento substancial dos riscos para o meio ambiente, causados pela privatização de ativos de produção de petróleo e gás natural que a Petrobrás vem promovendo sistematicamente, não apenas na Bacia de Campos, mas em outras regiões do país.

Desde o início do chamado “processo de desinvestimentos” promovido pela atual gestão da Petrobrás, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos vêm denunciando que os novos proprietários desses ativos – grande parte deles sem qualquer experiência com as operações do setor de óleo e gás – promovem cortes drásticos de pessoal e de investimentos em segurança que colocam em risco as unidades, os trabalhadores e a população em geral.


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“Muitos dos compradores desses ativos são investidores, sem nenhuma experiência operacional no setor, e que estão interessados apenas em obter retorno máximo de seus investimentos em curto espaço de tempo. Com isso, promovem cortes drásticos do que chamam de ‘custos’, quando, na verdade estão reduzindo investimentos essenciais para a operação. O vazamento na PCE-1 é o mais recente exemplo disso”, explica o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.

O vazamento na PCE-1 é o segundo acidente do tipo envolvendo a Trident Energy em menos de um mês, o que comprova as péssimas condições de operação e trabalho implantadas pela empresa. Em 17 de janeiro, houve vazamento também na plataforma P-65, no campo de Pampo, também adquirido pela Trident da Petrobrás.

A operação precarizada da Trident Energy é tão grave que, em dezembro, a ANP interditou quatro plataformas da empresa – além da PCE-1 e da P-65, também a P-8 e a PPM-1 – por riscos operacionais e aos trabalhadores. Entretanto, a empresa reverteu a interdição poucos dias depois.


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