Sindipetro NF boicota Sipat de Cabiúnas

O Sindipetro-NF não é, por princípio, contrário à realização de Semanas de Prevenção de Acidentes…

Sindipetro NF

O  Sindipetro-NF não é, por princípio, contrário à realização de Semanas de Prevenção de Acidentes. Por várias vezes a entidade utilizou este espaço como complemento das suas atividades na área de segurança e saúde do trabalhador. No entanto, assim como fez com a Sipat da Bacia de Campos, quando a instituição percebe que a gerência da base que realiza o evento tem a intenção apenas de cumprir calendário com um faz-de-conta, o sindicato reserva-se ao direito de não participar.

Também é grave o fato de que, assim como ocorreram com plataformas, a base foi operada durante a greve por equipes de pelegos despreparados para a função, o que colocou sob risco a unidade. O que mostra que o discurso da segurança em nada se assemelha com a prática.

Ainda assim, neste ano, em Cabiúnas, o Sindipetro-NF estava disposto a manter um stand. E utilizaria seu espaço para falar de um grave risco para os trabalhadores: a exposição ao benzeno — que já foi tema, inclusive, de outra participação do sindicato em Sipat.

A empresa, no entanto, “sugeriu” outro tema ao sindicato, como se pudesse exercer algum poder de censura sobre o que é dito pela entidade. Como não obteve êxito,  passou a dizer que não havia mais espaço para palestras.

Estas atitudes apenas comprovam a política de mascaramento que a Transpetro, assim como todo o sistema Petrobrás, destina à área de segurança e saúde do trabalhador. A empresa afirma que não há benzeno em uma determinada instalação e pronto, não se pode falar mais no assunto, a despeito de todas as evidências em contrário.

Além da negação da exposição ao benzeno, a Transpetro tem se destacado pelo modo negligente como trata outros temas relativos à segurança. Confira abaixo:

Insegurança generalizada na base

Veja pontos que tornam inseguras as atividades dos trabalhadores da Transpetro em Cabiúnas.

ANÁLISES DE ACIDENTES 

 A Transpetro não analisa com profundidade os acidentes e não promove as correções devidas em seus procedimentos para evitar novos casos. Um exemplo é o do vazamento de gás em 6 de novembro de 2008. Mesmo com a gravidade do episódio, a empresa não cumpriu a cláusula 70ª do ACT, que prevê a formação de Comissão de Investigação de Acidente. Grupo formado unilateralmente pela empresa investigou apenas o combate à emergência e não as causas básicas de fato. O acidente foi tratado apenas por RTA.

Em reunião com a gerência, o NF cobrou a instalação de comissão de investigação. O mesmo se deu em relação a outro acidente de 19 de fevereiro. Até hoje, no entanto, nenhuma das duas foi formada.

BRIGADA DE EMERGÊNCIA

Na análise sobre os procedimentos de emergência durante o vazamento de novembro, a empresa considerou que a atuação da brigada foi muito ruim, mas não informou ao sindicato a elaboração de nenhum programa de  treinamento para corrigir o problema. Vários petroleiros  pediram para deixar a brigada.
 Além disso, o Sindipetro-NF defende que a equipe de brigada deve ser composta por profissionais que atendam devidamente aos seus pré-requisitos. Portanto, para fazer parte da equipe de incêndio tem que ser técnico de segurança. E, para compor a equipe de socorrista, deve ser profissional da área de saúde (como por exemplo técnico de enfermagem).

Na I PlenaFUP, o GT que discutiu SMS definiu como ponto da pauta de reivindicação a obrigação de que a empresa forme a brigada com efetivo próprio (técnicos de segurança e profissionais da área de saúde).

GASCAB III

 O gasoduto foi liberado para operação mesmo depois de ter sido verificado por um técnico de inspeção a falta de cumprimento de várias exigências da própria Petrobrás. Atualmente, o Gascab III vem operando com alto grau de corrosão.
 O Sindipetro-NF fez a devida denúncia em participação na auditoria do SPIE e à DRT. E os trabalhadores de Cabiúnas citaram este ponto entre as pendências de SMS. Ainda assim, em nome da produção e do lucro, a empresa prefere colocar a saúde e a vida de trabalhadores em risco.

EFETIVO MÍNIMO

 Este é um problema que afeta a operação há tempos em Cabiúnas. O sindicato vem cobrando uma solução prática para o problema, que é a contratação de trabalhadores, em razão do crescimento das instalações. O tema foi pautado pela entidade em várias oportunidades, inclusive em reunião com a gerência local em setembro de 2008. Até hoje, no entanto, a empresa não manifestou disposição em resolver a questão.