Em reunião com a gerência da Regap, na última terça-feira (9), a diretoria do Sindipetro/MG encaminhou denúncias realizadas pela categoria petroleira e cobrou respostas da direção da empresa acerca das melhorias das condições de trabalho na unidade. No encontro, que acontece a cada dois meses, houve participação da CIPA e dos gerentes de RH, de Produção, o novo gerente geral Wagner Felício de Oliveira.
Uma das denúncias mais graves apresentada pelo Sindicato foi em relação à série de acidentes de trabalho registrados Regap, especialmente no ano passado. O mais grave deles foi com o operador Antenor Pessoa Cavalcante e dois técnicos de manutenção que foram atingidos por um jato de ácido sulfúrico quando acompanhavam o teste de uma válvula na U-47 e houve o rompimento de uma conexão de um Indicador Local de Pressão (PI) .
Ainda sobre esse acidente, o Sindicato cobrou detalhes sobre o andamento do plano de ação referente ao relatório de investigação do acidente que indicou entre outras coisas a necessidade de aquisição do Diphoterine – produto que neutraliza a ação do ácido sulfúrico em contato com a pele. Após sete meses do acidente, empresa informou que o produto está em fase final de aquisição. A diretoria do Sindipetro/MG então exigiu que a gerência da Regap solicite o empréstimo imediato do produto de outras unidades.
Também foi cobrado detalhes sobre o andamento do plano de ação referente ao relatório de investigação do acidente do DH, em que uma operadora sofreu queimaduras na perna com salmoura e a abrangência para todos os amostradores da refinaria que operam com produto quente, conforme prometido pela gerência em reunião anterior.
“Apesar de a maioria dos problemas já ser de gestão, é de grande importância oficializarmos nesses espaços, como a reunião bimestral de SMS e a CIPA, as denúncias acerca da falta de segurança nas unidades. É essencial, hoje mais do que nunca, que denunciemos todas as não conformidades, incidentes, anomalias e potenciais acidentes que esse desmonte da Petrobrás tem proporcionado”, concluiu.
Vazamento
Também foi denunciado na reunião um forte odor proveniente de tambores de armazenamento de Dissulfeto de Dimetila. Isso tem causado grande desconforto aos trabalhadores da HDT, inclusive resultando em licença médica de um empregado.
A gerência admitiu o problema e, como medida emergencial, anunciou a retirada dos trabalhadores do prédio da CCL16 para a CCL14, embora o vestiário siga sendo na CCL16. A empresa afirmou ainda que esses tambores serão transferidos para outro local, que ainda será avaliado pela gerência de SMS.
Ainda conforme os gerentes presentes, todos os tambores que apresentavam vazamentos já foram removidos.
GPI
A situação do GPI (Grupo de Planejamento de Intervenções) também foi discutida na reunião. O Sindicato denunciou o processo de desmonte do setor e as consequências para a segurança das unidades e dos trabalhadores. Foi tratado o aumento do backlog referente a vazamentos, a redução das equipes de OPMANs, a terceirização do planejamento e a preocupação com a possibilidade de alta rotatividade de operadores no GPI. Em resposta, a gerência informou que adotará o rodízio semestral de operadores no GPI.
O diretor do Sindipetro/MG e da FUP, Alexandre Finamori, questionou a falta de respostas da gestão da Petrobrás diante do desmonte no setor:
“Um dos maiores causadores de insegurança hoje no refino se chama gestão. Temos denunciado constantemente sobre a redução do corpo técnico no planejamento e execução de manutenção, mas não temos tido respostas da gerência. Entretanto, é essencial que sigamos denunciando e registrando as não conformidades, incidentes, anomalias e potenciais acidentes, seja para a CIPA ou para o Sindicato”, disse.
Outras demandas
O Sindicato também denunciou condições de trabalho e de segurança precárias, como: banheiro precário no Coque (6° andar); problemas de funcionamento no elevador do CCF; a falta de cintos de segurança com limite de carga acima de 100kg; jornada de trabalho superior a 16 horas, como aconteceu na última greve, entre outros problemas.
Também foi solicitada melhorias na sala de amamentação da Regap – uma demanda das mulheres petroleiras. O pedido será encaminhado ao comitê de ergonomia da Regap. Já em relação ao direito a duas horas de amamentação, a gerência informou que o setor de Gestão de Pessoas (antigo RH) está a disposição para avaliar e negociar a melhor opção para mães petroleiras que queiram usufruir do direito assegurado no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).