Nota do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo – Sindipetro-ES publicada no Jornal A Gazetaem 18 de março de 2018, na Coluna “Um Tema, Duas Visões”.
A Petrobrás se enquadra perfeitamente no que determina a Constituição Federal (Art. 173) para a criação de uma empresa estatal: “necessidade imperativa de segurança nacional ou de relevante interesse coletivo”.
No estágio de desenvolvimento em que se encontra a economia brasileira, a existência de empresas estatais em áreas básicas é fundamental para a indução do crescimento.
A importância da Petrobrás se dá não só pelo apoio ao controle da macroeconomia (investimentos, inflação etc.) como pelo desenvolvimento tecnológico, alvo de respeito em todo o mundo. O peso da Petrobrás na economia brasileira é muito mais relevante do que o peso de outras petroleiras como Shell, Exxon, Chevron, BP, Total, em relação aos seus países de origem.
A Petrobrás é o principal indutor da expansão tecnológica brasileira, e cria um enorme efeito multiplicador na indústria brasileira, que passa pela construção de navios, sondas, tecnologia de exploração e melhoria em combustíveis. Além disto, com as reservas do pré-sal a Petrobrás assume papel ainda mais relevante como motor da economia e do desenvolvimento social do país, mas para isto, é fundamental a preservação do conteúdo local.
Não alcançamos condições ainda para o Estado poder abdicar da participação em setores da economia de interesse público fundamental, sob risco de privar a população de avanços em diversas áreas.
Mesmo em países altamente industrializados e que no passado promoveram programas de privatização, se verifica que estas empresas não atendem adequadamente às necessidades da população e as pressões pela reestatização tornaram-se frequentes.
O empresariado brasileiro precisa se conscientizar da importância de uma Petrobrás 100% brasileira, pois o contrário significa entregar o controle das riquezas brasileiras para o capital estrangeiro. Se isto ocorrer, a maior parte dos empregos, da renda, dos impostos, e do desenvolvimento de tecnologias serão transferidos para fora do Brasil, prejudicando a economia nacional, seu povo e suas empresas.
Assim, a defesa do conteúdo local torna-se de extrema relevância. O empresário brasileiro que subestima a importância de se ter o controle da participação da Petrobrás no desenvolvimento econômico, social e empresarial do Brasil, não imagina o que o futuro lhe reserva.
Os recentes aumentos nos preços dos combustíveis no Brasil, já dão um indicativo disto. Seguindo a atual política de paridade de preços utilizada pela Petrobrás, e, se o preço internacional do barril voltar aos níveis de 12/13? (US$ 130 o barril), a gasolina poderá custar R$ 10 o litro e a botija de gás R$ 140.
Neste cenário, ou teremos subsídios permanentes, ou os brasileiros vão voltar a andar de charrete e a cozinhar com lenha, porque o poder aquisitivo dos brasileiros é bem inferior ao dos europeus ou canadenses.
[Via Sindipetro-ES]