Sindipetro ES ingressa com ação na Justiça contra venda de campos da Petrobras no pré-sal

A conselheira eleita da Petrobrás, Rosângela Buzanelli, alerta que a venda de Albacora e Albacora Leste, no pré-sal da Bacia de Campos, é um péssimo negócio para “a Petrobrás, o Brasil e o povo brasileiro”

[Imprensa da FUP, com informações do Blog de Rosângela Buzanelli | Imagem: Petrobras/divulgação]

Na última quinta-feira (30/09), a Petrobrás divulgou um comunicado ao mercado confirmando que recebeu ofertas vinculantes dos consórcios PetroRio/Cobra e EIG Global Energies Partners/Enauta/3R Petroleum para a aquisição dos campos de Albacora e de Albacora Leste, na área do pré-sal da Bacia de Campos. Segundo a estatal, as propostas podem superar US$ 4 bilhões.

Para barrar a entrega desses ativos estratégicos, Sindipetro-ES ingressou com uma ação popular na Justiça Federal do Espírito Santo, denunciando irregularidades no processo de cessão da participação da Petrobrás na exploração e produção de petróleos nos campos colocados à venda. Segundo a ação, “…em se tratando de campos localizados no polígono do pré-sal, a transferência da exploração de petróleo deveria ocorrer mediante o regime de partilha, e não de concessão. Além da ilegalidade, denunciamos o prejuízo irreparável para União, que deixará de arrecadar bilhões de reais”.

A representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, Rosângela Buzanelli, lembra que o teaser para a venda dos campos foi apresentado em setembro do ano passado, quando ela questionou na ocasião a decisão da venda, “desnudando suas gritantes contradições e justificando meu posicionamento. Nesse momento reafirmo tudo o que eu disse antes”.

Ela explica: “Em primeiro lugar, esses campos são gigantes, localizados em águas profundas e ultra profundas, com descobertas no pré-sal. Os atrativos anunciados são motivos para investimento e não desinvestimento nesses campos, como óleo de alta qualidade, várias oportunidades exploratórias mapeadas e projeção de significativo aumento da produção. Um péssimo negócio para a Petrobrás.”

Segundo Rosângela, “são ainda anunciados como atrativos do negócio a inexistência de obrigação de conteúdo local, com potencial impacto negativo para as empresas nacionais, a economia e aumento do desemprego no país e, se não bastasse, a potencial redução de royalties no futuro, afetando as arrecadações do estado e municípios”.

Ela alerta que a venda de dos campos de Albacora e de Albacora Leste é um péssimo negócio para o Brasil. “Cabe aqui novamente a reflexão: quem ganha com esse lucrativo e atrativo negócio? Quem perde nós já sabemos. Perdem a Petrobrás, o Brasil e o povo brasileiro”, afirma a conselheira eleita da Petrobrás.